O que um dia foi sinônimo de glamour, encontros memoráveis e tradição social em Três Lagoas, hoje é cenário de abandono, insegurança e decadência. O antigo Três Lagoas Clube (TLC), localizado na Rua Generoso Siqueira, bairro Vila Nova, foi tema de uma cobrança contundente feita pela vereadora Sirlene dos Santos durante a última sessão da Câmara Municipal de Três Lagoas.

Com os olhos voltados à preservação da memória local e à segurança dos moradores, a parlamentar chamou atenção para o estado crítico do imóvel.
“É lamentável ver um espaço tão importante da nossa história entregue ao descaso. Precisamos de ação urgente. Se não for possível revitalizá-lo agora, que ao menos a Prefeitura garanta a limpeza e isolamento da área”, pediu Sirlene.
Entre as décadas de 1980 e 1990, o TLC era o coração pulsante da vida social da cidade. Bailes, festas, encontros culturais e celebrações marcaram gerações. Hoje, restam apenas paredes desgastadas, mato tomando conta da estrutura e vestígios de abandono por todos os lados. Portas arrombadas, sinais de invasão e uso indevido do espaço preocupam moradores, que relatam medo constante.

A situação atual do prédio, segundo denúncias da própria comunidade, favorece a presença de usuários de drogas e o aumento da insegurança no entorno.
Mais do que um imóvel esquecido, o antigo clube representa uma memória coletiva que se deteriora dia após dia. Sem qualquer projeto oficial de restauração e com a posse do terreno ainda indefinida, o futuro do espaço é incerto.
Antigos frequentadores, moradores da região e líderes comunitários defendem a transformação do espaço em um centro cultural, esportivo ou educacional. A ideia é resgatar a função social do local e devolvê-lo à população, com nova roupagem, mas mantendo viva sua importância histórica.

Pedido formalizado
A vereadora Sirlene protocolou o pedido junto à Câmara, solicitando providências legais por parte do Executivo municipal. A principal reivindicação é que, mesmo sem um projeto imediato de revitalização, a área receba cuidados básicos como segurança e limpeza.
“Se nada for feito, não apenas perderemos um patrimônio afetivo da cidade, como também colocaremos em risco a vida de pessoas que vivem nas redondezas. O tempo está correndo contra nós”, alertou a parlamentar.
Enquanto isso, o TLC segue em silêncio – não o silêncio das noites de festa que se encerravam ao som de aplausos, mas o silêncio do esquecimento.