A empresa chilena Arauco concluiu na terça-feira (16 de julho) a venda de grande parte de suas florestas no sul e sudeste do Brasil para a Klabin, em uma transação de US$ 1,16 bilhão, ou cerca de R$ 6 bilhões.
O montante será majoritariamente investido na nova fábrica em construção em Inocência, no nordeste de Mato Grosso do Sul, elevando o total de investimentos na região para R$ 28 bilhões.
O acordo, anunciado em dezembro do ano passado, inclui a venda de 150 mil hectares de ativos florestais, sendo 85 mil hectares de reflorestamento, além de 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé e equipamentos florestais. As terras estão localizadas nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
A Klabin, conhecida por sua produção e exportação de papéis para embalagens, busca com essa aquisição aumentar sua autossuficiência em madeira, reduzindo a necessidade de compras futuras e diminuindo custos operacionais. Marcos Ivo, diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, afirmou que a compra é uma "excelente oportunidade operacional e financeira" para a empresa, melhorando sua competitividade e criando valor para os acionistas.
Carlos Altimiras, Diretor Presidente da Arauco Brasil, celebrou o acordo como uma boa notícia para a Arauco, permitindo o desenvolvimento de investimentos e o avanço do negócio de celulose no Brasil.
O Projeto Sucuriú, em Inocência, terá um investimento de R$ 28 bilhões e uma capacidade de produção anual de 5 milhões de toneladas de celulose.
A construção da fábrica já começou, com trabalhos de terraplanagem em andamento desde junho, e a previsão é de que a primeira fase entre em operação no início de 2028.
A empresa já está gerando cerca de mil empregos na região, com o plantio de eucaliptos em Inocência e municípios vizinhos. A Arauco contratou aproximadamente 210 mil hectares, dos quais 85 mil estão plantados com eucaliptos, e planeja plantar mais 65 mil hectares em 2024.
Devido a restrições legais para empresas estrangeiras comprarem terras no Brasil, a Arauco utiliza contratos de usufruto, uma forma legal de arrendamento. Esses contratos, que podem variar de sete a mais de trinta anos, têm sido vantajosos para os proprietários locais, cujas terras estavam muitas vezes improdutivas.
A fábrica será instalada a cerca de 50 quilômetros da área urbana de Inocência, às margens do Rio Sucuriú e da MS-377.
Durante o pico da construção, serão empregados até 12 mil operários, mais do que o número de habitantes da cidade, o que pode ajudar a minimizar problemas sociais, de saúde e segurança pública, conforme relatado pelo prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos, o “Toninho da Cofapi”.