Desde a última quinta-feira (5), o caminhoneiro Paulo Benitez, de 56 anos, trava uma batalha pela vida após complicações graves decorrentes de um cálculo renal, popularmente conhecido como pedra nos rins. Ele está internado em estado crítico na UTI do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas, e precisa de uma cirurgia emergencial para desobstruir o canal biliar.
O problema, segundo funcionários do hospital, é que a unidade não tem condições de realizar a cirurgia. A solução seria uma transferência para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, mas o pedido foi negado, conforme relatou Thais Benitez, filha de Paulo. A família, que vive na Capital, viajou até Três Lagoas para acompanhar o caso.
A situação fica ainda mais delicada diante do fato de que o Hospital Regional da Costa Leste Magid Thomé, também localizado em Três Lagoas e que atende pelo sistema público, igualmente recusou a transferência. Angustiada, Thais busca entender o motivo de tantas negativas e da demora no encaminhamento.
"Meu pai precisa dessa cirurgia com urgência pelo SUS. Já foram recusadas umas quatro vezes. Não entendo por que não fazem aqui na cidade ou conseguem o encaminhamento para Campo Grande. Ele só depende disso para sobreviver", desabafa Thais.
A filha também relatou que as dores do pai se intensificaram na quarta-feira (4), enquanto ele descarregava uma carga de soja na cidade. Após um primeiro atendimento em um posto de saúde, Paulo foi medicado e liberado, mas logo passou mal novamente e teve que retornar ao hospital, onde foi transferido para a UTI após horas de espera.
Respostas
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas informou que o paciente aguarda a realização de uma Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), procedimento regulado pelo sistema CORE/Estado. Segundo a nota, o município está em contato com os hospitais envolvidos e com a rede de saúde em Campo Grande para garantir a transferência necessária.
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora afirmou que, apesar de não ser referência para o exame que Paulo precisa, a cirurgia pode ser realizada em seu centro cirúrgico. A instituição prometeu atualizar a situação do paciente em breve.
Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul não se pronunciaram sobre o caso. O espaço permanece aberto para manifestações.
Com informações do Campo Grande News
