Mato Grosso do Sul tem na celulose e na pecuária os principais motores de sua economia, com números expressivos que confirmam o protagonismo desses setores em 2024.
Dados recentes da Carta de Conjuntura da Indústria, divulgada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) na última semana, destacam o desempenho das exportações e a relevância da produção industrial e pecuária no Estado.
Celulose lidera exportações industriais
As exportações da indústria de transformação sul-mato-grossense cresceram 25% entre janeiro e novembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. Em valores, isso representa um salto de US$ 4,74 bilhões para US$ 5,93 bilhões, enquanto o volume exportado aumentou de 7,66 milhões para 8,54 milhões de toneladas.
Entre os setores em destaque, a fabricação de celulose, papel e produtos de papel registrou crescimento de 5,8% no acumulado do ano, consolidando a posição do Estado como um dos líderes nesse segmento. O setor de derivados de petróleo e biocombustíveis também contribuiu, com alta de 4,8% no ano.
Em novembro de 2024, as exportações totais da indústria estadual tiveram alta de 21,34%, alcançando US$ 6,17 bilhões, apesar da queda de 3,2% na produção industrial no mesmo mês, comparada a 2023.
Pecuária registra recorde no abate de bovinos
O setor pecuário também apresentou resultados históricos. De janeiro a dezembro de 2024, o abate de bovinos alcançou 3,963 milhões de animais, um aumento de 12% em relação a 2023. Desse total, 2,129 milhões eram machos, com crescimento de 17,4%, e 1,833 milhão eram fêmeas, com aumento de 6,29%.
Esse desempenho recorde é atribuído ao aumento das exportações. Mato Grosso do Sul exportou 257,1 mil toneladas de carne bovina in natura em 2024, contra 192,7 mil toneladas em 2023, um salto de 33,6%. O faturamento com as exportações de carne cresceu 8,6%, atingindo US$ 1,223 bilhão, com o preço médio da tonelada em US$ 4.759,52.
Para Caio Rossato, zootecnista e consultor da PECBR Soluções, a valorização do dólar entre 15% e 18% no ano tornou a carne brasileira mais competitiva no mercado externo. Além disso, a abertura de quatro plantas frigoríficas para exportação à China impulsionou o setor. A China foi o destino de 24,18% da carne exportada por MS, seguida pelos Estados Unidos (18,42%) e Chile (14,58%).
Outro dado relevante é o aumento no abate de fêmeas, que representaram 46,25% do total abatido em 2024. Esse foi o terceiro maior índice desde 2014, ficando atrás apenas dos anos de 2019 e 2014. Quase metade das fêmeas abatidas tinha mais de 36 meses, o que pode influenciar a oferta de gado de reposição nos próximos anos.
A China segue como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, absorvendo 45,4% do valor total exportado em 2024. Estados Unidos (6,7%) e Países Baixos (4,9%) vêm em seguida.
Outros mercados emergentes também se destacaram, como Emirados Árabes Unidos, com aumento de 109,1%, e Turquia, com 163,2% de crescimento nas exportações, em comparação a 2023.
Economia diversificada e em crescimento
O crescimento da indústria de transformação, que avançou 7,4% no ano, e o desempenho robusto da pecuária reforçam a posição de Mato Grosso do Sul como um dos principais polos econômicos do Brasil.
Juntos, celulose e pecuária impulsionam as exportações e consolidam o Estado como um ator-chave no cenário econômico nacional e internacional.