A indústria de celulose brasileira, em especial a instalada em Mato Grosso do Sul, respirou aliviada ao ficar de fora da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a uma série de produtos do Brasil.
O setor, que é um dos mais estratégicos da economia estadual, mantém o ritmo de investimentos e exportações, mesmo diante do cenário de tensão internacional.
Somente em 2023, o estado exportou mais de US$ 213 milhões em celulose para o mercado norte-americano. E nos seis primeiros meses deste ano, já foram movimentados cerca de US$ 75 milhões com o mesmo destino, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. Os números confirmam a força e a regularidade do setor, mesmo com a instabilidade causada pelo protecionismo americano.
Após o anúncio da tarifa por parte do governo dos EUA, lideranças do setor e autoridades estaduais se reuniram para avaliar possíveis impactos. Mas, diante da exclusão da celulose da medida, a preocupação deu lugar à confiança. Empresas instaladas em solo sul-mato-grossense, como Suzano e Eldorado Brasil, garantiram a continuidade dos planos de expansão e a manutenção dos projetos em andamento.
Além de manter empregos e produção, a decisão de deixar a celulose fora do chamado "tarifaço" aliviou pressões logísticas e financeiras. Isso significa que os produtos continuarão circulando normalmente, sem aumento de custos para os exportadores e com segurança jurídica para novos investimentos.
Mais setores escapam da taxação
Além da celulose, outros segmentos também ficaram de fora da medida, como o da mineração — especialmente o ferro-gusa, importante para cidades como Corumbá, Ribas do Rio Pardo e Aquidauana — e a citricultura, que avança no Estado e já ocupa 25 mil hectares.
A permanência desses setores fora da tarifa norte-americana evitou impactos diretos em cadeias produtivas importantes e garantiu a continuidade de projetos de expansão e modernização industrial.

Brasil segue líder na exportação
O Brasil permanece como um dos maiores exportadores de celulose do mundo, com os Estados Unidos, Europa e China como principais compradores. Mesmo diante da queda de preços internacionais em 2023, provocada por excesso de oferta e desaquecimento global, Mato Grosso do Sul se manteve na liderança nacional graças à robustez de sua indústria e à qualidade da produção.
Enquanto o cenário internacional ainda carrega incertezas políticas, a boa notícia é que, por ora, o principal motor da balança comercial de Mato Grosso do Sul continua livre para crescer — e gerar riqueza, emprego e desenvolvimento para o Estado.