Os boletins epidemiológicos de janeiro deste ano, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), revelam um cenário preocupante em Mato Grosso do Sul: os casos de dengue ultrapassaram os de covid-19. Porém, a pandemia ainda lidera em número de mortes.
Enquanto o coronavírus infectou 11.998 pessoas em 2024, resultando em 135 óbitos, a dengue atingiu 16.012 casos confirmados, com 30 mortes registradas e outras 17 sob investigação. Apesar do crescimento, 2023 continua sendo o ano mais crítico para a dengue no Estado, quando 41.046 casos e 43 mortes foram registrados, com uma taxa de mortalidade de 1,56%.
No entanto, as estatísticas estaduais destoam do panorama nacional. Em 2024, o Brasil contabilizou 6.041 mortes por dengue, superando os 5.959 óbitos por covid-19. O aumento é alarmante: em 2023, foram registradas apenas 1.179 mortes por dengue no país, representando um salto de 400% em um ano.
Por outro lado, a mortalidade por covid-19 apresentou queda expressiva no Brasil, com uma redução de 60% em relação a 2023, quando 14.785 pessoas perderam a vida para a doença.
Para 2025, o Ministério da Saúde já alerta para um cenário de intensificação da dengue em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados. A continuidade do fenômeno climático El Niño e a circulação do sorotipo 3 do vírus foram apontados pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, como fatores decisivos para o aumento dos casos. Durante o lançamento do Centro de Operações de Emergência (COE) nesta semana, ela reforçou a necessidade de medidas emergenciais para conter a doença.
Com o avanço da dengue e a persistência da covid-19, o Estado enfrenta o desafio de lidar com duas graves ameaças à saúde pública.