A concessão da Rota da Celulose, projeto que abrange trechos de cinco rodovias em Mato Grosso do Sul, caminha para um novo impasse. Após ter seu recurso administrativo negado pelo governo estadual, a K-Infra, integrante do Consórcio K&G, confirmou que vai recorrer à Justiça, o que pode atrasar o cronograma da obra considerada estratégica para o Estado.
Na última semana, o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara de Carvalho, anunciou a inabilitação do Consórcio K&G, encerrando o processo administrativo.
Com isso, o Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) convocou o Consórcio Caminhos da Celulose, segundo colocado no leilão, a entregar documentação na B3. O grupo é liderado pelo XP Infra V Fundo de Investimento em Participações e reúne empresas como CLD Construtora, Conter Construções e Construtora Caiapó.
Questionado sobre prazos, o governo adotou cautela, afirmando apenas que a expectativa é iniciar o projeto ainda em 2025.
Especialistas apontam que a disputa dificilmente será resolvida sem embates judiciais. Já em junho, a advogada Luciane Palhano havia previsto que processos desse porte tendem à judicialização.
“Na licitação, os interesses são contrapostos. Então, possivelmente, você terá uma judicialização, independentemente do resultado das diligências”, afirmou.

Projeto estratégico para o escoamento da celulose em MS
A Rota da Celulose foi planejada para melhorar o escoamento da produção da região Leste de Mato Grosso do Sul, especialmente após a instalação da megafábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo.
No entanto, o imbróglio começou logo após o leilão, quando a União decretou a caducidade de contrato da K-Infra na BR-393, no Rio de Janeiro, levantando dúvidas sobre a habilitação da empresa no processo sul-mato-grossense.
Caso o tema seja levado à Justiça, há risco de nova paralisação e atraso na execução de uma obra vista como essencial para a logística e a competitividade econômica do Estado.