A retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), em Três Lagoas, segue dentro do cronograma previsto. O anúncio foi dado pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), após reunião com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, nesta segunda-feira (14).
O encontro, realizado na sede da estatal no Rio de Janeiro contou também com a presença da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e outras autoridades do estado, reforçando o compromisso com a conclusão desse empreendimento estratégico para Mato Grosso do Sul e o Brasil.
Durante a reunião, foram discutidos os detalhes do processo de retomada das obras, interrompidas em 2014, e os próximos passos para a conclusão da fábrica. Riedel comemorou o avanço do cronograma e a manutenção dos prazos previamente estabelecidos.
"Discutimos as etapas restantes e foi importante constatar que tudo está seguindo conforme o previsto. Agora, aguardamos a aprovação da licitação para o reinício das obras pelo Conselho de Administração", destacou o governador.
A ministra Simone Tebet reforçou a relevância da UFN3 não apenas para o estado, mas para o país como um todo, destacando o impacto positivo que a conclusão da fábrica terá no setor de fertilizantes, reduzindo a dependência brasileira da importação.
"Estou muito satisfeita em ver que o cronograma está mantido. Essa fábrica é essencial para Mato Grosso do Sul, para Três Lagoas e para o Brasil. Em breve, teremos boas notícias", afirmou a ministra.
Além de garantir a continuidade do projeto, Riedel e Tebet aproveitaram a ocasião para convidar a presidente da Petrobras e sua diretoria a visitarem a unidade até fevereiro de 2025, marcando um momento simbólico para o estado e o setor de fertilizantes.

Novela com final feliz?
Iniciada em 2011, a construção da UFN3 foi interrompida em 2014, quando 81% da planta já haviam sido concluídos.
A paralisação das obras gera prejuízos significativos, além de expectativas frustradas e ansiedade entre a população de Três Lagoas, do Mato Grosso do Sul e de todo o Brasil.
Desencadeada na Operação Lava Jato, a interrupção das obras na UFN3 está diretamente ligada a um dos maiores escândalos políticos da história do país, afetando o desenvolvimento econômico local e a produção nacional de fertilizantes.
A novela para retomada das obras teve diversos capítulos. O mais recente foi uma tentativa de venda para uma empresa do ramo de gás e energia da Rússia, que não se consolidou.
Esse cenário de incertezas reflete o impacto negativo da corrupção, que interrompeu um projeto de enorme potencial para o agronegócio brasileiro e a geração de empregos, deixando milhares à espera de sua conclusão.
UFN3: uma nova fase para o desenvolvimento de MS
A expectativa em torno da UFN3 é grande, especialmente pela geração de empregos e impacto econômico que a fábrica trará para Mato Grosso do Sul. Com a conclusão das obras, estima-se a criação de até oito mil postos de trabalho diretos e indiretos, além de fomentar a economia local e regional.
Orçada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, a fábrica promete ser a maior produtora de fertilizantes da América Latina, contribuindo para a autonomia brasileira no setor.
Quando em operação, a unidade utilizará 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, transformando-os em 3,6 mil toneladas de ureia e 2,2 mil toneladas de amônia diariamente.
Para Mato Grosso do Sul, a conclusão da UFN3 representa um passo decisivo para a transformação estrutural da economia, ampliando as oportunidades de emprego e renda, além de fortalecer a posição do estado como um dos principais polos industriais do Brasil.