Publicidade evento Churrascaje 2024

Em meio à disputa judicial, Eldorado Brasil faturou R$ 6,3 milhões por dia - ou R$ 262 mil por hora - em 2023

Foto: reprodução/Eldorado Brasil
Rogério Potinatti
1/4/2024
às
8:10

Em meio a uma contenda judicial pelo controle acionário de sua fábrica de celulose sediada em Três Lagoas, a Eldorado Brasil Celulose anunciou recentemente um lucro líquido robusto de R$ 2,3 bilhões ao encerrar o ano de 2023. Os dados foram divulgados em balanço, disponibilizado ao mercado pela própria própria empresa. Esse valor se traduz em um lucro diário de aproximadamente R$ 6,3 milhões, ou cerca de R$ 262 mil por hora.

No último trimestre do ano, o lucro atingiu a marca de R$ 444 milhões, em comparação aos R$ 24 milhões do trimestre anterior, quando as atividades foram interrompidas para manutenção. No total do ano, o volume de vendas alcançou 469 mil toneladas, representando um aumento de 6% em relação a 2022.

Em termos operacionais, a produção trimestral alcançou 464 mil toneladas, totalizando 1,784 milhão de toneladas ao longo de 2023, um novo recorde de produção para anos com parada geral.

Os investimentos da empresa somaram R$ 1,176 bilhão no ano, um aumento em relação ao ano anterior. "Apesar do cenário de volatilidade e incertezas no âmbito macroeconômico em 2023, a Eldorado Brasil manteve seu foco e investimentos na excelência operacional", destacou Fernando Storchi, diretor financeiro da empresa.

Storchi também ressaltou a importância da ativação do "um dos maiores terminais de celulose da América Latina, no porto de Santos", como um dos fatores que contribuíram para o bom desempenho.

Com mais de 30 mil hectares de eucaliptos plantados ao longo do ano, a empresa agora supera os 400 mil hectares de área plantada. Isso contribui para que a celulose se torne o principal item das exportações de Mato Grosso do Sul, ultrapassando commodities como soja, milho e carne.

Entretanto, apesar do sucesso financeiro, a Eldorado Brasil ainda enfrenta uma batalha judicial envolvendo os irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da J&F Investimentos, e a indonésia Paper Excellence. A disputa pelo controle da empresa se arrasta desde 2017, quando os irmãos venderam a Eldorado por R$ 15 bilhões. A Paper Excellence assinou um contrato para adquirir 49,41% das ações, mas a conclusão da transação enfrenta obstáculos e desacordos.

Enquanto isso, a promessa de investimentos na ordem de R$ 15 bilhões para dobrar a capacidade da empresa permanece apenas no papel, aguardando uma resolução para a vultosa contenda judicial.