Estiagem recorde pode aumentar risco de incêndios florestais no Mato Grosso do Sul

Por enquanto é só previsão. Mas a eminência de um dos períodos de estiagem mais severos desde 1991, quando Mato Grosso do Sul ficou 98 dias sem chuva, já é uma preocupação para o ano que está só começando.

A previsão do metereologista Natálio Abrahão, conhecido como o "senhor do tempo", é de que o fenômeno La Niña provoque um outono/inverno mais rigoroso em termos de índices pluviométricos.

"É hora dos comerciantes e agricultores se prevenirem da melhor forma", comentou.

Com histórico de incêndios florestais, Mato Grosso do Sul já se "movimenta" para evitar o pior. Uma das iniciativas é a realização do 1° Workshop Presencial de Prevenção aos Incêndios Florestais, promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia) e do Comitê de Combate ao Fogo de MS (Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).

O evento, previsto para os dias 9 e 10 de abril, vai apresentar as boas práticas adotadas no monitoramento e combate a incêndios florestais no país e no estado. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas clicando neste link.

O Governo do MS já realiza ações preventivas e prepara a atuação no período de incêndios florestais. A organização e planejamento é realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar, com o apoio de secretarias de Estado e outras instituições. O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), explicou que o foco é atuar preventivamente e por isso o plano operacional do Corpo de Bombeiros é essencial.

“O plano com designação de pessoas, equipamentos, locais e alocação de recursos já existe para atender situações emergenciais. Nas próximas semanas vamos fazer toda a análise climática do Estado para decidir sobre o decreto de emergência ambiental. Mas independentemente disso, tudo indica que teremos um ano bastante complexo sob o ponto de vista da seca”, afirmou Verruck.

A Reflore (Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), que também faz parte do Comitê do Fogo, está preparando mais uma edição da sua campanha anual de prevenção e combate a incêndios.

Chegando em sua décima segunda edição, a campanha é uma das iniciativas da associação que reúne as maiores empresas de base florestal do estado. Prestes a bater 2 milhões de hectares de área plantada, o Mato Grosso do Sul se tornou modelo em parcerias entre poder público e empresas privadas.

Uma delas, por exemplo, utiliza inteligência artificial conectadas em câmeras de longo alcance movidas a energia solar instaladas em torres de 50 a 65 metros de altura.

“É alta tecnologia focada na prevenção”, explicou Germano Vieira, diretor florestal da Eldorado Brasil.

O presidente da Reflore, Luiz Calvo Ramires Júnior, reforça a preocupação com os efeitos do La Niña.

"Os primeiros meses do ano, sob efeito do El Niño, já tivemos pouca chuva. Será um ano de atenção máxima", ressaltou Ramires Junior.

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