Um grupo de alunos do ensino médio de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, está desenvolvendo um projeto inovador para monitorar enchentes utilizando placas eletrônicas e sensores, conquistando destaque em uma competição internacional. A iniciativa, apesar de a cidade enfrentar um período de estiagem, visa prever inundações causadas pelos rios Sucuriú e Paraná, com foco em avisar a população sobre o aumento do nível das águas.
"Queremos criar um sistema que avise a população com antecedência, como poderia ter ajudado em desastres como o ocorrido no Rio Grande do Sul," explica Augusto Lopes, de 16 anos, um dos integrantes do projeto.
O sistema, montado em uma caixa de isopor, utiliza sensores para medir o nível da água. Quando o nível sobe, uma placa eletrônica envia um sinal para um chip de celular, que transmite alertas para a população ou autoridades competentes, como a Defesa Civil. O projeto é alimentado por energia solar, garantindo sua autonomia em campo.
"Estamos aprimorando detalhes técnicos, como a forma de posicionar o equipamento no rio," destaca Julio Cesar Pinheiro, de 15 anos, enquanto Riquelme Rafael, de 17 anos, completa: "Além de funcional, queremos que o projeto seja bonito."
Os alunos, que cursam o primeiro ano na Escola Estadual Professor João Magiano Pinto, foram incentivados pelo professor de Ciência de Dados, Genilson Messias, que elogia a simplicidade e acessibilidade dos materiais usados.
"Eles estão trabalhando com dispositivos de baixo custo, mostrando que é possível aplicar soluções tecnológicas em nossa cidade para prevenir catástrofes."
O projeto levou o grupo a uma competição internacional organizada por uma multinacional sul-coreana, onde já ficaram entre os 20 melhores do Brasil. Entre os 1.800 projetos inscritos, são os únicos representantes de Mato Grosso do Sul e, na região Centro-Oeste, apenas mais um projeto de Mato Grosso conseguiu a classificação.
Agora, os estudantes aguardam ansiosos pelas semifinais, que ocorrerão em outubro.
"Estamos confiantes de que ficaremos entre os 10 melhores e, quem sabe, nos três primeiros," comenta Ana Carolina Soares, de 16 anos.
A diretora Lourdes Alves Neves compartilha o entusiasmo: "Chegar entre os 20 melhores já foi uma grande conquista, mas acreditamos que podemos ir ainda mais longe."
A expectativa cresce à medida que a fase final da competição se aproxima, com os alunos e toda a escola na torcida.