A 1ª edição da ‘Expedição Silvicultura – Na Trilha da Produtividade’ chega com uma meta: entregar um levantamento sem precedentes sobre a produtividade das plantações florestais no Brasil. Todo o roteiro acontecerá entre os meses de junho a agosto de 2025, onde especialistas irão percorrer mais de 40.000 quilômetros pelas principais regiões produtoras em 16 Estados do país, coletando cerca de 40.000 pontos de controle e 1.000 amostras de inventário florestal. As equipes especializadas utilizarão em campo a combinação de métodos tradicionais e tecnologias avançadas para garantir a precisão e a riqueza dos dados coletados, garantindo também uma trilha carregada de conhecimento e oportunidades.
A Expedição Silvicultura é uma realização da Canopy Remote Sensing Solutions (www.canopyrss.com.br) em parceria com a Paulo Cardoso Comunicações (www.paulocardosocom.com.br), e conta com apoio das principais instituições e empresas do setor.
“Nunca antes na história da silvicultura brasileira foi realizado um evento dessa natureza. Além da riqueza de detalhes que serão captados e processados pela Canopy, vamos realizar oito eventos presenciais em oito Estados diferentes, e durante 10 semanas. A nossa equipe de jornalismo vai acompanhar toda a viagem da Expedição e produzir vídeos e reportagens especiais que serão divulgados em nossas mídias sociais e da Canopy. Montamos um grande time de profissionais para realizar todo esse trabalho. Será também a primeira Expedição com cobertura online. Vale a pena esperar para participar desse grande evento”, destaca Paulo Cardoso, CEO da Paulo Cardoso Comunicações e portal Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br).
As palestras contarão a participação de renomados especialistas de empresas e instituições do setor, bem como da equipe Canopy. Experiência imperdível para quem visa se atualizar, agregar conhecimento e networking. O cronograma do roteiro terá como ponto de partida o Estado do Rio Grande do Sul, e encerramento no interior de São Paulo.
A redação do Mais Floresta, falou com Fabio Gonçalves, Cofundador & CEO da Canopy Remote Sensing Solutions, que explicou mais sobre como foram os primeiros passos até a consolidação da Expedição, e qual a relevância e diferenciais do projeto. Confira.
Mais Floresta – Como nasceu a iniciativa de criar a Expedição Silvicultura?
Fabio – A Canopy é uma empresa de geotecnologia especializada em florestas, que vem realizando um levantamento anual das áreas de silvicultura no Brasil por satélite desde 2020. Nos últimos anos, fizemos um trabalho detalhado de validação desses levantamentos com o apoio de empresas florestais, que compartilharam dados de aproximadamente 600 mil hectares. Para capturar a diversidade das florestas plantadas no Brasil e as diferentes estruturas fundiárias, aplicamos também um método tradicional de validação de mapeamento, analisando 17 mil amostras lançadas aleatoriamente no país, o que apontou uma acurácia global de 97%. Ainda assim, sentíamos que faltava aplicar o método de validação mais confiável de todos: a checagem em campo.
Foi assim que surgiu a ideia da Expedição Silvicultura, uma iniciativa privada que visa aprofundar o entendimento das condições e desafios da silvicultura no Brasil. Expedições de campo como essa já são comuns em outras áreas do agro, como o Rally da Safra e o Rally da Pecuária, que há décadas percorrem o país avaliando as safras e as condições das pastagens. Tive a oportunidade de participar de algumas edições do Rally no passado, e sempre me perguntei por que não existia uma iniciativa semelhante para florestas plantadas, considerando todas as questões críticas que uma expedição como essa pode ajudar a responder.
A Expedição Silvicultura nasce com uma vasta bagagem de informações sobre o setor florestal, levantadas remotamente pela Canopy nos últimos anos, e vem para complementar esses dados com a precisão da coleta em campo, oferecendo uma visão completa e integrada das florestas plantadas no Brasil.
Mais Floresta – Quais as áreas mapeadas nesse projeto? A Expedição vai conseguir mapear todas as principais regiões produtoras de florestas cultivadas do país?
Fabio – A Canopy monitora as áreas de silvicultura em 100% do território nacional por satélite. Além disso, realizamos o monitoramento de florestas plantadas no Paraguai, Argentina e Uruguai, com planos de expandir para o Chile em 2025. Durante a Expedição, duas equipes técnicas percorrerão um total de 40 mil km, visitando 16 estados no Brasil (RS, SC, PR, SP, MG, ES, MS, MT, GO, MA, TO, PI, BA, SE, AL e PE), que juntos representam 97% dos 10,3 milhões de hectares que mapeamos no país.
Mais Floresta – Qual a importância desse levantamento sobre a produtividade das florestas plantadas no Brasil? A Ibá divulga índices de produtividade no seu relatório anual, quais as diferenças desse levantamento da Expedição, o que ele vai trazer a mais de informações?
Fabio – Neste primeiro ano, a Expedição Silvicultura está focada especialmente em levantar dados sobre a produtividade florestal no Brasil, uma prioridade que reflete o slogan que escolhemos: “Na trilha da produtividade”.
A produtividade florestal é um indicador estratégico para o setor, pois afeta diretamente a previsibilidade do abastecimento de madeira e serve como base para a tomada de decisões, que têm reflexos no médio e longo prazo dos negócios florestais. O Brasil lidera o ranking mundial de produtividade de espécies de rápido crescimento, um feito possibilitado pelas condições favoráveis de clima e solo, além de investimentos contínuos das empresas do setor em tecnologia e aprimoramento das práticas de manejo. No entanto, nos últimos anos, essa produtividade parece ter se estabilizado e, em alguns casos, até mostrado sinais de queda, após um crescimento expressivo em décadas passadas.
Para garantir que o setor florestal brasileiro mantenha sua competitividade, especialmente em um cenário de mudanças climáticas e desequilíbrios crescentes entre oferta e demanda de madeira, é fundamental não só ampliar a base florestal, mas também buscar ganhos contínuos de produtividade. Esse é um desafio que deve ser priorizado, e o primeiro passo para enfrentá-lo é medir com precisão o status atual da produtividade no país.
Desde 2014, a Ibá vem publicando estimativas de produtividade em seus relatórios anuais, reconhecendo a importância desse indicador para o setor. No entanto, monitorar a produção florestal em escala nacional é um desafio considerável. Os dados publicados pela Ibá são calculados com base em informações de mercado e dados fornecidos por empresas associadas. Em contraste, a Expedição Silvicultura busca uma abordagem mais direta, coletando dados em campo com uma metodologia de amostragem robusta e ferramentas tecnológicas avançadas. Isso nos permitirá obter números mais representativos e detalhados sobre a realidade nacional e as particularidades dos diferentes polos florestais do Brasil.