Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Três Lagoas realizada na terça-feira (21), o vereador Fernando Jurado apresentou uma proposta estruturada para enfrentar o avanço da população em situação de rua no município.
Inspirado em experiências de sucesso observadas em outras cidades brasileiras, o parlamentar defendeu uma abordagem equilibrada entre acolhimento, tratamento e ordem pública.
Em seu discurso, Jurado destacou que o problema deve ser tratado com firmeza, mas sem perder o foco na dignidade humana.
“Nosso combate é contra o problema, não contra o morador de rua. Precisamos agir com empatia, mas também com responsabilidade, garantindo segurança e harmonia nos espaços públicos”, afirmou.
O vereador chamou atenção para o aumento de pessoas vivendo nas ruas, mesmo em um cenário de queda do desemprego nacional. Segundo ele, o desmonte gradual de estruturas de atendimento em saúde mental contribuiu para agravar a situação.
“Com a falta de estrutura e de acompanhamento especializado, muitas pessoas com transtornos mentais graves acabam desassistidas e migrando para as ruas”, observou.
Relatando sua visita recente a Florianópolis (SC), Jurado disse ter conhecido de perto um modelo que vem apresentando resultados expressivos no enfrentamento do problema.
A iniciativa, segundo ele, baseia-se em três eixos principais:
- Acolhimento e tratamento para quem deseja sair das ruas, com acesso a casas de passagem e programas de reinserção social;
- Ações firmes e educativas para desestimular a permanência em vias públicas, aliadas a campanhas que orientam a população a praticar solidariedade de forma estruturada;
- Internação assistida, nos casos mais graves, com respaldo técnico e legal, como último recurso.
“O que vimos em Florianópolis é um modelo que não criminaliza, mas responsabiliza o poder público e a sociedade pela busca de soluções reais”, afirmou Jurado.
O vereador anunciou que vai apresentar um plano de ação adaptado à realidade de Três Lagoas, construído em parceria com profissionais de saúde, assistência social e segurança pública.
“Precisamos enfrentar essa questão com coragem, humanidade e gestão. A cidade não pode fechar os olhos para o problema, mas também não pode permitir que ele se torne incontrolável”, concluiu.