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Justiça pressiona Fiems sobre terreno milionário abandonado pelo SESI em Três Lagoas

Foto: reprodução
Da redação
13/3/2025
às
7:30

A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) e a Prefeitura de Três Lagoas se manifestem sobre a necessidade de apresentar provas em um processo que questiona a posse do terreno onde foi construída uma escola do SESI (Serviço Social da Indústria), avaliado em R$ 6,1 milhões. O imóvel de 10 mil metros quadrados foi doado à entidade em 1968 para a construção do empreendimento, mas está abandonado desde 2016.

O imbróglio ganhou força após o ex-vereador Paulo Carlos Veron da Motta ingressar com uma ação popular solicitando a devolução do terreno ao município, para que possa ser utilizado em benefício da população. A polêmica se intensificou quando foi revelado que a Fiems tentou vender a propriedade em 2018, mas a Justiça impediu a negociação.

A entidade, presidida por Sérgio Longen, busca garantir a posse do imóvel alegando que a área não foi doada, mas sim obtida por meio de permuta. No entanto, documentos anexados ao processo indicam que os terrenos usados na suposta troca também teriam sido doados pelo próprio município.

Agora, com a decisão da juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, ambas as partes têm cerca de dez dias para indicar provas, como testemunhas ou perícias, ou optarem pelo julgamento antecipado.

Histórico de abandono e impasses

O terreno, que abrigava a antiga escola do Sesi, ficou sem uso desde que a Fiems transferiu a unidade para um novo prédio. Em 2018, a entidade tentou leiloar o imóvel, mas a administração municipal da época, liderada pelo ex-prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB), tentou negociar uma destinação pública para o espaço - o que foi recusado pela Fiems.

Questionada pelo Jornal Midiamax sobre a doação e a suposta permuta, a Prefeitura de Três Lagoas informou que já se manifestou no processo e aguarda decisão judicial. Já a Fiems não respondeu às solicitações da reportagem do Midiamax.

Pressão da CGU sobre imóveis parados

A situação também está no radar da CGU (Controladoria-Geral da União), que recomendou que o Sesi dê uma destinação social aos imóveis ociosos. Apesar de afirmar que busca alternativas, a entidade ainda não apresentou solução concreta para o terreno no centro de Três Lagoas.

Enquanto isso, o processo segue na Justiça, podendo definir o destino do imóvel que, por ora, permanece sem utilidade.

Com informações do Midiamax