O leilão da Rota da Celulose, realizado em 8 de maio na B3, em São Paulo, segue temporariamente suspenso e deve sofrer novo atraso de pelo menos 30 dias. A informação foi confirmada pelo secretário estadual da Semadesc, Jaime Verruck, durante o Encontro de Líderes dos Territórios Empreendedores promovido pelo Sebrae/MS na última sexta-feira (11).
Segundo ele, o processo ainda depende de parecer técnico do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), necessário para que a Comissão Especial de Licitação possa decidir sobre os recursos apresentados.
A disputa judicial envolvendo a empresa K-Infra, vencedora do leilão em consórcio com o fundo Galapagos Capital, está no centro do impasse. O grupo utilizou a experiência na BR-393, no Rio de Janeiro, como comprovação de capacidade técnica, mas a concessão dessa rodovia foi cassada pelo Dnit.
A K-Infra conseguiu liminar no STF que a mantém na operação da estrada até nova decisão, mas o episódio motivou o segundo colocado — consórcio liderado pela XP — a questionar a habilitação da concorrente, alegando irregularidades, incluindo uma dívida de R$ 1,6 bilhão com a União.
O contrato da Rota da Celulose prevê a concessão de 870 km de rodovias em MS, com destaque para a duplicação de 115 km entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, onde está localizada a fábrica da Suzano. Também estão previstas obras de anéis viários, acostamentos e terceiras faixas.
O consórcio K&G, da K-Infra, havia oferecido o maior desconto na tarifa de pedágio (9%). Ainda sem uma decisão final, o Governo do Estado informou que os prazos seguem suspensos até a conclusão das diligências administrativas.