Em uma década, Mato Grosso do Sul deve assumir o topo do ranking nacional da celulose e se tornar o maior polo produtor do Brasil. O Estado, que hoje já responde por quase um terço da produção nacional, deve chegar a quase metade de toda a celulose fabricada no país quando as três megafábricas em implantação entrarem em plena operação.
De acordo com o relatório mais recente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil produziu 25,5 milhões de toneladas de celulose em 2024, consolidando-se como o segundo maior produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Sozinho, Mato Grosso do Sul transformou cerca de 7,5 milhões de toneladas de madeira de eucalipto em celulose, volume superior à produção anual do Japão.
Grande parte dessa produção tem como destino o mercado externo. Países asiáticos — como a China — e europeus, entre eles os Países Baixos e a Itália, são os principais compradores. Só em 2024, as exportações sul-mato-grossenses de celulose geraram US$ 2,7 bilhões em receita, o equivalente a R$ 14,4 bilhões, reforçando o papel do setor como motor da balança comercial estadual.
Nos próximos anos, o ritmo de crescimento tende a acelerar. Dos quatro grandes projetos anunciados recentemente no país, três estão em Mato Grosso do Sul, que deve concentrar mais de 70% da nova capacidade de produção nacional.
Arauco
Em Inocência, a multinacional chilena Arauco constrói uma das maiores fábricas do mundo, com investimento de US$ 4,6 bilhões e capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas anuais.
Bracell
Em Bataguassu, a Bracell — empresa com sede em Cingapura — prepara uma planta de US$ 4,6 bilhões, que deve gerar 2,4 milhões de toneladas por ano, metade em celulose kraft e metade em celulose solúvel, utilizada nas indústrias têxtil, farmacêutica e alimentícia. O projeto da Bracell deve receber licença de instalação até fevereiro de 2026, com previsão de três anos de obras.
2ª linha da Eldorado Brasil
Já em Três Lagoas, a Eldorado Brasil planeja retomar o projeto de sua segunda linha de produção, orçada em US$ 4,5 bilhões, capaz de adicionar mais 2,5 milhões de toneladas anuais à capacidade estadual.
Quando todos esses empreendimentos estiverem operando, o Estado atingirá uma produção próxima de 12 milhões de toneladas por ano, consolidando-se como epicentro da celulose brasileira e referência global em eficiência industrial e sustentabilidade.
O avanço do setor no território sul-mato-grossense reforça a força do chamado Vale da Celulose, corredor industrial e florestal que se estende de Ribas do Rio Pardo a Bataguassu.
A combinação entre tecnologia, sustentabilidade e logística eficiente faz do Estado um dos principais protagonistas da nova economia verde mundial — e a próxima potência global da celulose.
Fora de Mato Grosso do Sul, apenas o Rio Grande do Sul conta com um novo projeto de grande porte — o da CMPC, em Barra do Ribeiro —, com investimento semelhante e foco em atender o mercado do Cone Sul.



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