Pelo segundo mês consecutivo, Mato Grosso do Sul registra chuvas muito abaixo da média histórica. Em junho deste ano, a maioria dos municípios acumulou precipitação 100% abaixo do esperado, ou seja, quase não houve chuva na maior parte do Estado.
O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec) divulgou os dados nesta terça-feira (2), indicando que o Estado enfrenta uma das maiores secas de sua história.
O Cemtec observou que a chuva acumulada em junho variou entre 0-10 mm em todo o estado, sinalizando uma intensificação acentuada da seca em Mato Grosso do Sul.
Uma das piores secas da história
A seca intensificada em junho é atípica no Estado, já que historicamente os meses mais secos costumam ser agosto e setembro. Para se ter uma ideia do déficit de chuvas, entre junho e agosto, as precipitações variam entre 25 a 100 mm, enquanto nas regiões sul, sudeste e sudoeste do estado, ficam entre 150 a 300 mm. Nas regiões central, leste e oeste, as chuvas variam entre 100-150 mm.
Aral Moreira registrou a maior precipitação de junho, com apenas 4,4 mm, em comparação aos 81,7 mm esperados. Para que o trimestre alcance a média histórica, seria necessária uma mudança climática significativa em julho e agosto.
Prognóstico
O boletim do Cemtec prevê para julho uma precipitação acumulada histórica para o trimestre julho-agosto-setembro entre 25 a 100 mm na metade norte do estado e entre 150 a 300 mm nas regiões sul, sudeste e sudoeste. As temperaturas do ar para este período variam entre 22 a 28°C, sendo a região pantaneira a mais quente, com médias entre 26-28°C.
Líder em queimadas
Mato Grosso do Sul lidera o ranking de queimadas no Brasil no início de julho, enquanto o Pantanal – principal bioma atingido – enfrenta uma seca severa que agrava a situação.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o estado já acumula 111 focos de incêndio nas últimas 24 horas. Corumbá teve um aumento de mais de 800% nas queimadas de maio para junho.
Medidas de combate
O Governo Federal anunciou a criação de duas bases para agilizar o combate aos incêndios no Pantanal. A região enfrenta sua pior seca em 70 anos, intensificada pelas mudanças climáticas e por um dos El Niño mais fortes da história, segundo o Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).