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Mesmo com parecer da Receita Federal, porto seco de Três Lagoas ainda não saiu do papel

Foto: reprodução
Rogério Potinatti
5/8/2024
às
8:05

A criação de um porto seco em Três Lagoas é um projeto que tem sido estudado nos últimos sete anos e que ganhou força com a divulgação de uma Nota Técnica da Receita Federal no início de 2024. O estudo recente confirmou a viabilidade técnica e econômica para a instalação de uma Estação Aduaneira Interior (EADI), destinada a receber cargas importadas e para exportação.

De acordo com a análise, a movimentação econômica de Três Lagoas de 2018 a 2023 foi de US$ 2,517 bilhões, representando cerca de 32,5% das importações de Mato Grosso do Sul. Além disso, as exportações realizadas entre 2018 e 2022 por operadores de comércio exterior sediados em Três Lagoas e região movimentaram US$ 2,024 bilhões, equivalentes a cerca de 4,6 milhões de toneladas. Esses dados reforçam a necessidade e a viabilidade de um porto seco na região.

Na ocasião, o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) Jayme Verruck destacou a importância do porto seco para o desenvolvimento logístico do estado.

Ele disse que há um porto seco em Corumbá, mas que o estado já tem volume suficiente para dar viabilidade econômica ao porto seco da Costa Leste.

"Dentro da lógica do desenvolvimento e da logística de Mato Grosso do Sul, esse porto seco vai demandar um entroncamento rodoferroviário no município de Três Lagoas e possibilitar, inclusive, que a gente consiga avançar na viabilização da própria ferrovia da nossa Malha Oeste”, avaliou Verruck, na ocasião.

Estrutura Proposta

Baseando-se na movimentação verificada, a Receita Federal estima que a área necessária para a implantação do porto seco deve ser de aproximadamente 100.000 m².

Esta área, considerada com certa margem de folga, vislumbra a possibilidade futura de uma interoperabilidade com o modal ferroviário, compatível com o dimensionamento de outros portos secos instalados na 1ª Região Fiscal, como os de Anápolis, Cuiabá, Corumbá e Brasília.

Próximos Passos

Apesar da viabilidade comprovada e do potencial econômico, a implantação do porto seco em Três Lagoas ainda depende de ações concretas.

A prefeitura de Três Lagoas precisa repassar a área à Receita Federal para que seja aberta a licitação do porto seco. Esse é o próximo passo necessário para transformar essa importante infraestrutura logística em realidade.

A comunidade e os empresários locais aguardam ansiosos pela concretização do projeto, que promete impulsionar significativamente a economia da região, reduzir custos operacionais e atrair novos investimentos.

A pergunta que fica é: até quando Três Lagoas terá que esperar para ver essa promessa finalmente sair do papel?