Mesmo em meio a questionamentos jurídicos que ainda pairam sobre a concessão da Rota da Celulose, o grupo liderado pela XP Investimentos deu um passo institucional decisivo para assumir a operação do complexo rodoviário em Mato Grosso do Sul. O fundo gerido pela XP Vista Asset Management, principal acionista do Consórcio Caminhos da Celulose, formalizou o registro da sociedade de propósito específico (SPE) que será responsável pela futura concessão.
Batizada de Concessionária Rodovia da Integração SPE S.A., a empresa foi constituída em Campo Grande, atendendo a uma exigência prevista no edital da licitação conduzida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog). A SPE utilizará o nome fantasia Caminhos da Celulose e terá como função exclusiva a gestão e a operação da rodovia concedida.
A formalização ocorre enquanto segue em tramitação uma ação judicial movida pela K-Infra, que contesta a validade do processo licitatório. Apesar disso, a XP sustenta que todas as etapas estão sendo cumpridas conforme o cronograma oficial e dentro dos parâmetros legais estabelecidos no edital da Concorrência nº 01/2024.
De acordo com a instituição, a constituição da SPE é um procedimento indispensável para garantir governança, transparência e segregação operacional entre os investidores e a concessionária, reforçando a segurança jurídica do projeto. O grupo tem prazo até o dia 27 de janeiro para apresentar ao Estado toda a documentação exigida para a fase pré-contratual.
Caso não haja impedimento judicial, o próximo passo será a convocação do consórcio para a assinatura do contrato de concessão. O edital estabelece prazo de até 60 dias, prorrogáveis por igual período, a contar da homologação do resultado, ocorrida em 26 de setembro, para a integralização das garantias financeiras.
O consórcio liderado pela XP foi chamado após a desclassificação do Consórcio K&G Rota da Celulose — formado pela K-Infra e pela Galápagos Participações — que havia vencido inicialmente o leilão realizado em maio, na B3, em São Paulo. A desclassificação ocorreu cerca de um mês após o certame, abrindo caminho para a convocação do segundo colocado.
Segundo a XP, a concessionária reúne empresas com ampla experiência em projetos de infraestrutura e cumpre integralmente os requisitos de habilitação técnica, econômica e jurídica. A gestora destaca ainda que os recursos necessários para a assinatura do contrato estão assegurados e que a estrutura financeira do projeto é compatível com a magnitude dos investimentos previstos.
Mesmo diante do cenário de judicialização, o grupo afirma manter o compromisso com a execução da concessão, considerada estratégica para a modernização logística do Estado e para o fortalecimento da cadeia produtiva da celulose em Mato Grosso do Sul.
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