Mato Grosso do Sul avança em mais uma frente estratégica para ampliar sua infraestrutura e atrair investimentos privados. Após abrir à iniciativa privada rodovias importantes e o Hospital Regional, o Estado prepara agora um projeto robusto para conceder nove aeroportos regionais, com expectativa de movimentar mais de R$ 150 milhões em aportes.
O plano, ainda em elaboração, pretende modernizar e expandir os terminais de Campo Grande (Aeroporto Santa Maria), Três Lagoas, Chapadão do Sul, Coxim, Dourados, Bonito, Naviraí, Nova Andradina e Porto Murtinho. A meta é clara: fortalecer a malha aérea, ampliar o transporte de cargas e passageiros e conectar destinos turísticos e polos do agronegócio às principais rotas nacionais.
O estudo que define o escopo atual foi conduzido pela Infra S.A., responsável por analisar a viabilidade técnica, econômica e ambiental das unidades. Inicialmente, 20 aeródromos estavam na lista, mas o levantamento apontou que nove deles têm maior potencial para concessão.
Com o documento em mãos, o Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) trabalha na modelagem da futura parceria público-privada (PPP), que já foi apresentada a investidores em encontros recentes em São Paulo. A proposta prevê melhorar infraestrutura, qualificar serviços e garantir operações mais eficientes em regiões que concentram produção agrícola, pecuária, industrial e atividades turísticas.
Um dos argumentos que reforçam a atratividade do projeto é o crescimento expressivo do setor industrial sul-mato-grossense. Dados da área econômica estadual mostram que o número de estabelecimentos industriais saltou mais de 220% entre 2007 e 2022 — um sinal claro de expansão e demanda por logística mais moderna.
Ainda não há data definida para o lançamento do edital. O governo deve decidir se os aeroportos serão ofertados em bloco único ou em lotes individuais, conforme as alternativas apresentadas no estudo de viabilidade.
Ano de intensas concessões
A agenda de 2025 marcou forte presença de Mato Grosso do Sul na Bolsa de Valores. Em maio, o Estado realizou o leilão da chamada Rota da Celulose, envolvendo trechos das BR-262 e BR-267 e das MS-040, MS-338 e MS-395. O processo caminha para ter contrato assinado em 2026.
Pouco depois, o governo participou da relicitação da BR-163, e, na semana passada, voltou ao pregão para conceder o Hospital Regional, em modelo de PPP — consolidando um ciclo de grandes projetos estruturantes.
Com o pacote aeroportuário, Mato Grosso do Sul dá mais um passo para se posicionar como um dos estados mais avançados do país em concessões e parcerias estratégicas, mirando eficiência, expansão econômica e competitividade logística.





