A Costa Leste de Mato Grosso do Sul está diante de uma chance histórica — e não é exagero. Com centenas de quilômetros banhados pelos rios Sucuriú e Paraná, potencial imenso para o turismo de natureza, aventura e lazer, e ainda vivendo o auge do turismo de negócios graças ao título de capital mundial da celulose, Três Lagoas caminha para se tornar um dos maiores vetores turísticos do Centro-Oeste.
Mas, segundo o empresário e prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes, esse futuro está demorando demais para acontecer.

Fenômeno do empreendedorismo regional, dono do parque aquático Acqualinda — que ele promete transformar no maior do Brasil —, de hotéis, resorts, shopping e uma lista de empreendimentos que fariam inveja a muitos investidores, Mário Celso esteve em Três Lagoas nesta terça-feira (25).
E ele não economizou munição.
Diante de empresários, representantes do poder público e instituições do trade, soltou uma sequência de provocações, dados e insights que, se bem absorvidos, podem mudar completamente a forma como Três Lagoas olha para seu potencial turístico.
“O turismo é a maior indústria do planeta. É imbatível financeiramente.”
A frase dita com a convicção de quem estuda profundamente os setores em que investe foi só o começo. Para Mário Celso, a região leste de MS e o oeste paulista possuem um tesouro natural que ainda não foi explorado à altura: suas águas doces, seus rios, suas paisagens e sua capacidade de acolher visitantes.

Andradina dobrou a população e o orçamento — e o turismo foi o motor
Desde que assumiu a prefeitura em 2024, Andradina saiu de 57 mil para 65 mil habitantes, crescimento incomum para cidades do interior.
“Isso é reflexo direto do turismo”, afirmou.
Ele faz questão de comparar:
- JBS, Raízen e Citroplast, juntas, geram enorme volume de exportações — meio bilhão de dólares por ano —
mas menos de 2% desse dinheiro permanece na cidade. - O turismo faz o oposto: 98% das riquezas ficam no território (hotéis, restaurantes, lojas, serviços),
e só 2% saem para comissões e repasses externos.
Resultado: o orçamento municipal saltou de R$ 180 para R$ 360 milhões. “E isso sem mágica, sem milagre. Só com organização e visão”, provocou.
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E mais: o parque Acqualinda ainda está pequeno diante do potencial regional
O empreendimento deve fechar 2025 com cerca de 500 mil visitantes.Mas ele considera esse número baixo. “Olímpia vai bater 3 milhões em 2025. Quero essa meta.”
A comparação não é gratuita: Olímpia saiu do anonimato para se tornar um dos maiores destinos turísticos do país — e hoje soma 34 mil leitos.
Andradina tinha pouco mais de 600 leitos antes do Acqualinda. Agora já passa dos 2 mil — graças ao turismo.

O que isso tem a ver com Três Lagoas? Tudo!
Segundo Mário Celso, entre 50% e 60% dos visitantes do Acqualinda são de Mato Grosso do Sul. Ou seja: O sul-mato-grossense está em busca de lazer fora do próprio Estado.
“Isso prova o potencial absurdo que vocês têm. O povo quer consumir turismo. Basta oferecer.”
Turismo poderoso exige três pilares
Ele defende que qualquer destino forte precisa trabalhar três eixos:
1. Inovação
Produtos diferenciados, criativos, conectados às novas tendências.
2. Tematização
Experiências que contam histórias, criam identidade e encantam o visitante.
3. Hospitalidade
Atendimento, acolhimento, preparo das equipes e profissionalização das estruturas.
E, segundo ele, é exatamente esse último ponto — hospitalidade — que mais exige atenção na Costa Leste.
Por isso, afirmou que pretende estimular o Sebrae a criar programas de formação e cursos voltados ao setor. E ele sugeriu que Três Lagoas faça o mesmo.

Um destino precisa ter “sete dias de motivos” para o turista ficar
Usando um exemplo simples, Mário Celso desenhou um futuro possível para o turismo na Costa Leste:
- O visitante passa um dia no Acqualinda.
- No dia seguinte, cruza a ponte e chega a Três Lagoas.
- Vai ao shopping, faz um passeio de lancha, se encanta pelas margens dos rios.
- Se hospeda na cidade.
- Permanece três ou quatro dias explorando atrativos culturais, gastronômicos, de lazer e de natureza.
Mas ele reforça: “A cidade precisa oferecer isso.”

Multi-propriedade é o futuro — e ela vai chegar aqui
Mário Celso disse que está prestes a investir no modelo de multi-propriedade, tendência que transformou destinos como Gramado e Olímpia.
“É sustentável, atrai investidores, garante fluxo turístico e movimenta toda a economia”, explicou.
E ele acredita que a Costa Leste tem tudo para embarcar nessa onda.
O que fica do encontro? Um recado direto para Três Lagoas: não dá mais para esperar
Mário Celso não veio apenas inspirar. Veio chacoalhar.
Ele mostrou que:
- A região tem rios extraordinários, já procurados por turistas.
- Vive um boom de turismo de negócios por causa da celulose.
- Possui localização estratégica, superestrutura hoteleira e boa malha urbana.
- Tem população empreendedora, organizada e preparada para crescer.

O que falta?
Visão. Estratégia. Planejamento integrado.
A Costa Leste pode — e deve — virar um dos destinos mais relevantes do interior brasileiro.
Mário Celso garante que essa virada já começou. E ele busca parcerias estratégicas para esse futuro em conjunto.
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