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Operação no Rio divide políticos de MS entre o apoio à força policial e críticas por violência excessiva

Foto: reprodução/ALMS
Rogério Potinatti
31/10/2025
às
7:40

A megaoperação realizada no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e entrou para a história como a mais letal do país, provocou forte divisão entre parlamentares de Mato Grosso do Sul.

Enquanto representantes da direita classificaram a ação como uma “faxina contra o crime organizado”, lideranças da esquerda a consideraram uma “chacina”, apontando abusos e desrespeito aos direitos humanos.

Para a base bolsonarista, a operação foi uma resposta necessária à escalada da violência nas comunidades cariocas. O vereador Rafael Tavares (PL) parabenizou o governador Cláudio Castro (PL) e as forças policiais, afirmando que “a paz se conquista pela força” e que o resultado demonstra “coragem e eficiência no combate ao crime”.

Na mesma linha, o deputado federal Marcos Pollon (PL) lamentou as mortes de policiais e criticou o Governo Federal, acusando-o de “proteger bandidos”. Segundo ele, o trabalho das forças de segurança mostra que “a direita defende a vida e a segurança da população, enquanto a esquerda se alia ao caos”.

Vereadores Rafael Tavares (PL) e Luiza Ribeiro (PT) | reprodução Correio do Estado

Do outro lado, parlamentares de esquerda condenaram a operação. A deputada federal Camila Jara (PT) disse que “as cenas de guerra no Rio mostram o fracasso de políticas de segurança baseadas apenas na repressão”. Ela defendeu uma pauta comum entre os dois campos políticos, pedindo a aprovação da PEC da Segurança e políticas públicas que combatam o crime com inteligência, não com violência.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também criticou duramente o resultado da operação. Segundo ela, “nenhum governo pode chamar de sucesso uma ação que deixa centenas de famílias enlutadas”. Para a parlamentar, o uso excessivo da força “não pode ser naturalizado” e exige investigação imediata das autoridades envolvidas.

Realizada em 28 de outubro de 2025, a operação mobilizou forças estaduais e federais e terminou com 117 civis e quatro policiais mortos, superando o massacre do Carandiru, de 1992. As imagens de corpos enfileirados em áreas públicas repercutiram em todo o mundo, reacendendo o debate sobre o equilíbrio entre o combate ao crime e a preservação da vida.

O episódio escancarou a força do crime organizado no Brasil e a distância entre os discursos políticos sobre segurança pública — um tema que, em Mato Grosso do Sul, ganhou destaque nas redes sociais e na Assembleia Legislativa.