O cenário legislativo brasileiro ganhou novas propostas que reacendem o debate sobre direitos trabalhistas e a competitividade do país. De um lado, a deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP) apresentou uma PEC que propõe o fim da escala 6x1, visando ampliar os períodos de descanso para os trabalhadores.
Do outro, o deputado Marcos Pollon (PL/MS) lançou uma alternativa que segue caminho oposto, focando em medidas que ele considera necessárias para reduzir custos e aumentar a produtividade no Brasil.
O que propõe Erika Hilton?
A PEC de Erika Hilton quer eliminar a escala 6x1, um modelo de trabalho em que o funcionário tem direito a apenas um dia de descanso a cada seis dias trabalhados. Segundo a deputada, essa mudança garantirá melhores condições de vida aos trabalhadores e reduzirá o impacto do desgaste físico e mental, promovendo mais saúde e bem-estar.
Hilton defende que a atualização é necessária para alinhar as práticas trabalhistas brasileiras a padrões mais humanizados e modernos, argumentando que a medida pode gerar impactos positivos na produtividade a longo prazo.

A proposta de Marcos Pollon
Em contrapartida, Marcos Pollon (PL/MS) propôs uma emenda que busca soluções no campo econômico e de competitividade. Entre os pontos principais, está a drástica redução da carga tributária sobre os empregos, que ele aponta como um dos maiores entraves para a geração de vagas formais no país.
Além disso, Pollon sugere maior liberdade para negociações diretas entre empregadores e trabalhadores, flexibilizando regras e buscando acordos mais adequados às necessidades de ambas as partes.
Contudo, a proposta mais controversa é a eliminação dos feriados. Pollon defende que todas as datas comemorativas sejam transferidas para os domingos, reduzindo as interrupções na cadeia produtiva. "Com menos paradas, o país pode ser mais competitivo, evitando prejuízos em setores estratégicos", afirma.

Produtividade versus direitos
Enquanto a PEC de Erika Hilton tem como foco a qualidade de vida e os direitos trabalhistas, a proposta de Marcos Pollon aposta na eficiência econômica e no aumento da competitividade. Especialistas avaliam que as duas ideias carregam prós e contras que devem ser amplamente debatidos antes de qualquer decisão.
Críticos da proposta de Hilton argumentam que mudanças na escala 6x1 podem trazer custos extras para os empregadores, dificultando a contratação de novos funcionários.
Já o projeto de Pollon enfrenta resistência de sindicatos e associações que consideram o fim dos feriados um retrocesso em conquistas históricas dos trabalhadores.
Ambas as propostas estão em fase de tramitação no Congresso Nacional e devem passar por debates intensos.
A discussão, que envolve produtividade, competitividade e qualidade de vida, promete mobilizar diferentes setores da sociedade, colocando em evidência a difícil tarefa de equilibrar direitos trabalhistas com as demandas do mercado.