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Produção de cana cresce mais de 6% em MS na safra 2025/26 apesar das adversidades climáticas no País

Foto: reprodução
Da redação
7/11/2025
às
8:05

O terceiro levantamento da safra 2025/26 aponta que, mesmo diante de condições climáticas desfavoráveis em todo o Brasil, Mato Grosso do Sul registrou alta de 6,3% na produção de cana-de-açúcar, alcançando 52,3 milhões de toneladas — resultado que consolida o Estado como um dos maiores produtores da região Centro-Oeste.

Em nível nacional, o cenário foi de leve retração. O volume total da safra está estimado em 666,4 milhões de toneladas, representando uma queda de 1,6% em relação ao ciclo anterior. A redução é atribuída à irregularidade das chuvas, ao excesso de calor e aos focos de incêndio que atingiram parte dos canaviais da região Centro-Sul, afetando o desenvolvimento das lavouras.

Apesar desse contexto, o setor manteve crescimento em área cultivada. Em todo o país, a colheita deve abranger 8,97 milhões de hectares, um aumento de 2,4% sobre o ciclo anterior. No entanto, a produtividade média nacional deve cair cerca de 3,8% devido ao estresse hídrico e térmico observado ao longo do ano.

Produção no Centro-Oeste

A região Centro-Oeste, segunda maior produtora do país, também sofreu com o impacto do clima, mas conseguiu ampliar sua área de cultivo em 6%, totalizando 1,96 milhão de hectares.

O volume de produção projetado é de 151 milhões de toneladas, um crescimento de 3,9%, mesmo com uma leve queda de 1,9% na produtividade média, estimada em 77 toneladas por hectare.

Em Mato Grosso do Sul, os meses de julho e agosto foram marcados por baixa umidade e geadas, fatores que comprometeram parte da qualidade da matéria-prima. Em algumas áreas, foi necessário replantio de canaviais mais jovens. O resultado foi atraso na colheita, levando algumas usinas a estender suas operações até meados de dezembro.

Ainda assim, o Estado apresentou desempenho acima da média nacional, com avanço em área plantada (6,2%), produtividade (0,1%) e produção total (6,3%), consolidando-se como a segunda maior força produtora do Centro-Oeste.

Controle de pragas e perspectivas

No campo, o controle de pragas segue sob vigilância. Houve ocorrências pontuais de broca e cigarrinha, sem impacto significativo, e uma redução na incidência da murcha-da-cana. O único alerta é o aumento dos casos de Sphenophorus levis, o bicudo da cana-de-açúcar, que tem exigido reforço nas estratégias de manejo.

Mesmo diante desses desafios, o setor mantém perspectivas positivas para a atual temporada, impulsionado pelo bom desempenho da segunda safra e pelos investimentos em diversificação industrial, como a implantação de novas usinas de etanol de milho.

Açúcar e etanol

Com menor oferta de cana no país, a produção de açúcar deve alcançar 45 milhões de toneladas, crescimento de 2% sobre o ciclo anterior — o segundo maior volume da história, atrás apenas do recorde de 2023/24.

Já a produção total de etanol — proveniente tanto da cana quanto do milho — deve somar 36,2 bilhões de litros, uma queda de 2,8%. A redução é puxada pela diminuição de 9,5% no etanol de cana, estimado em 26,5 bilhões de litros, enquanto o etanol de milho segue em expansão, com alta de 22,6% e produção prevista de 9,6 bilhões de litros.

Mesmo com oscilações, os números indicam que Mato Grosso do Sul segue na contramão da tendência nacional, com crescimento consistente e diversificação produtiva, reafirmando seu papel de destaque no setor sucroenergético brasileiro.