O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, defendeu a criação de uma estratégia conjunta entre estados, forças federais e países vizinhos para enfrentar o avanço do crime organizado nas fronteiras brasileiras.

O posicionamento foi apresentado durante um encontro nacional sobre segurança pública realizado em São Paulo, que reuniu governadores e especialistas do setor.
Riedel destacou que Mato Grosso do Sul, por sua localização estratégica, enfrenta desafios únicos. O estado faz divisa com cinco unidades da federação e com os países Paraguai e Bolívia, o que o coloca como uma das principais rotas do tráfico internacional de drogas e contrabando. Segundo o governador, o enfrentamento a essas atividades exige integração permanente e não apenas ações pontuais.
Ele afirmou que Mato Grosso do Sul tem ampliado sua capacidade de combate ao crime, mas que o custo tem sido alto.
Cerca de 35% da população carcerária estadual é formada por presos ligados a crimes de fronteira, o que, segundo Riedel, gera um peso financeiro desproporcional ao Estado. “Pagamos caro por proteger o Brasil. Precisamos dividir responsabilidades e recursos”, afirmou.
O governador também defendeu maior participação das Forças Armadas nas ações de fronteira, ressaltando que o apoio do Comando Militar do Oeste é fundamental, mas ainda limitado por falta de orçamento e de operações contínuas. Ele citou a cooperação com o Paraguai como exemplo positivo de integração entre países para conter o crime transnacional.
Riedel alertou para o risco de concentrar o controle da segurança pública na esfera federal, argumentando que o conhecimento local é essencial para a eficácia das políticas.
“Cada estado conhece sua própria realidade. Um modelo centralizado enfraquece o sistema e reduz a eficiência”, declarou o governador de MS.
Durante sua fala, ele também destacou que parte dos resultados obtidos com apreensões e operações nas fronteiras deveria permanecer no estado que as realiza, contribuindo para fortalecer as estruturas locais de segurança. Riedel lembrou ainda que o clima de estabilidade jurídica e segurança tem sido um dos pilares para o crescimento econômico de Mato Grosso do Sul, que mantém taxas de expansão entre 5% e 6% ao ano.
Ao final, o governador de MS reforçou que não há desenvolvimento sustentável sem segurança.
“Se o país quer avançar, precisa garantir ordem e previsibilidade. Nenhum investidor aposta onde há insegurança”, concluiu.






