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Sebrae/MS apresenta ferramenta para apoiar municípios no combate às mudanças climáticas

Foto: cedida
Da redação
14/11/2024
às
7:10

Após atingir níveis recordes em 2022, a concentração dos gases de efeito estufa cresceu ainda mais em 2023 – ano mais quente já registrado em cerca de 17 décadas de acompanhamento, segundo Relatório do Estado Global do Clima, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial em março deste ano.

O aumento da temperatura no planeta é um dos fatores que têm preocupado os países e engajado as lideranças na busca por soluções que possam ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Nesse contexto, uma ferramenta desenvolvida pelo Sebrae/MS pode ser considerada uma alternativa para apoiar os municípios na confecção e execução de políticas e projetos ambientais, além conectar as gestões públicas com iniciativas de financiamento climático.

Denominada “Roadmap Território Carbono Neutro”, a metodologia foi apresentada, neste mês, no King’s Brazil Institute, em Londres, na Inglaterra; e no Congresso Mundial de Cidades Inteligentes (Smart City Expo World Congress), em Barcelona, na Espanha, durante um painel que dialogou a respeito das transformações das cidades e as oportunidades e desafios da redução de carbono.

Segundo a gerente da Unidade de Competitividade e Inovação do Sebrae/MS, Isabella Fernandes, inicialmente, a estratégia foi construída para uma atuação focada nos municípios do Pantanal, com a proposta de apoiar as gestões municipais e os empreendedores presentes no bioma a identificarem alternativas sustentáveis e, até mesmo, novas oportunidades de negócio a partir da necessidade do território em reduzir os impactos ambientais.

“Esse trabalho abrangendo os municípios para mitigar às mudanças climáticas é inédito e envolve a atuação pública-privada a partir de um diagnóstico do território, considerando o desenvolvimento sustentável. A partir do momento, que a gente transforma isso em uma metodologia ‘una’ para ser aplicada no Brasil, como temos aqui diversos biomas presentes, conseguimos ter capacidade de uma aderência internacional interessante, passível de ser replicada”, expôs Isabella.

Roadmap Território Carbono Neutro em MS

Em Mato Grosso do Sul, a metodologia já foi aplicada em 43 cidades, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). É feito um diagnóstico dos municípios em relação a seis eixos estratégicos e, a partir disso, elabora-se um plano de ação personalizado de acordo com as principais demandas de cada um, destacando as prioridades.

Todas essas informações são disponibilizadas em uma plataforma digital, possibilitando também que os órgãos e instituições que possuem ofertas de recursos, possam identificar quais os territórios mais adequados para recebe-las ou, então, customizar a oferta de financiamento de acordo com as características e capacidades locais.

“Percebemos que cidades com perfis muito parecidos, dentro de uma mesma região e com mesmo porte populacional, não necessariamente têm as mesmas capacidades de executar recursos por não estarem em um mesmo nível de maturidade dentro da agenda climática. Essa constatação é fundamental para que estratégias adequadas às características dos territórios sejam executadas com êxito”, esclarece Jeconias Rosendo da Silva Júnior, consultor do Sebrae/MS.

COP 29

Por se fazer relevante diante do contexto global, a metodologia “Roadmap Território Carbono Neutro” será apresentada pelo Sebrae/MS para lideranças e especialistas de todo o mundo durante a Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) – COP 29, realizada entre os dias 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão.

A ferramenta será exposta no Pavilhão Brasil, no dia 20 de novembro, durante o painel “Rumo à COP30 e a uma Economia de Baixo Carbono” que visa dialogar sobre o papel das micro e pequenas empresas como agentes de inovação e sustentabilidade nas economias locais, além de abordar os principais desafios das gestões municipais no combate às mudanças climáticas e a importância de parcerias para o desenvolvimento de ações que têm esse propósito.

Esta é a segunda vez que o trabalho será apresentado na conferência internacional. No último ano, na COP 28, a metodologia também compôs a programação, entre os 113 painéis apresentados.