O atual Secretário da Casa Civil do Governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Rocha, anunciou nesta quarta-feira (20) em Campo Grande, que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, têm planos de visitar o Estado em maio, para apresentar um cronograma detalhado de conclusão das obras da UFN3, localizada em Três Lagoas.
Rocha já havia antecipado esta informação no lançamento do Pacotão de Obras para Três Lagoas, realizado na última sexta-feira (15). Na ocasião, ele disse ainda que a futura fábrica está nos planos da estatal, bem como a retomada de obras da Petrobras paradas em outras regiões do Brasil.
Ontem (20), durante a abertura da segunda edição da Caravana da Sudeco na capital de MS, o secretário, que é esposo de Simone, reforçou as visitas. "No final de abril, até o começo de maio, a ministra Simone, o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia estarão pessoalmente em Três Lagoas para anunciar o cronograma para finalização das obras", adiantou.
A Petrobras recentemente confirmou a retomada da construção da fábrica de fertilizantes UFN3, localizada em Três Lagoas, programando para 2024 sua conclusão, com uma estimativa de prazo de até dois anos.
A inclusão da obra no escopo do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) gerou especulações sobre seu destino. Entretanto, através da articulação do coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado federal Vander Loubet (PT), e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a Petrobras confirmou a continuidade da obra, com previsão de entrega até o término do mandato do governo Lula.
Futura fábrica
A UFN3 desempenhará um papel crucial na redução da dependência nacional em 15% dos nitrogenados, contribuindo significativamente para a autonomia do Brasil no setor de fertilizantes. Com 81% da obra já concluída, a construção foi interrompida no final de 2014.
Projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, a fábrica irá produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, quando estiver em operação.
O início da construção da UFN3 remonta a 2011, sendo que a obra foi suspensa em dezembro de 2014, quando a Petrobras encerrou o contrato com o consórcio responsável. Posteriormente, em setembro de 2017, a estatal colocou a UFN3 à venda, declarando sua saída do segmento de fertilizantes.
Em 2022, o grupo russo Acron demonstrou interesse na aquisição da fábrica. No entanto, as negociações fracassaram no final de abril devido à proposta de transformar a fábrica em uma indústria misturadora de fertilizantes, condição que, na ocasião, não foi aceita pelo Governo do Estado.