Em uma gravação que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, Anderson Gonzaga da Silva Assis, secretário especial de segurança e defesa social de Campo Grande (MS), fez declarações polêmicas sobre a liderança de Adolf Hitler em uma reunião com o grupo Ronda Ostensiva Municipal (ROMU).
Durante o encontro, no qual agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) protestavam por melhores salários, o secretário mencionou o ditador alemão como exemplo de liderança e inteligência estratégica, chegando a afirmar: "A Alemanha é a potência que é hoje graças ao Hitler [...] Eu queria ser um terço daquele líder”.
Diante da repercussão negativa, a Prefeitura de Campo Grande emitiu um posicionamento, alegando que o áudio teria trechos editados e destacando a importância de compreender o contexto da reunião.
Em nota, o próprio secretário alegou que suas declarações foram retiradas de contexto e ocorreram como defesa a uma “montagem maldosa” que o comparava a Hitler.
Em outro trecho da gravação, Gonzaga reiterou sua opinião sobre o ditador nazista, reconhecendo que o admira pela sua capacidade estratégica. “Eu até admiro Hitler, porque foi um cara inteligente”, afirmou. No entanto, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) informou que, até o momento, não há uma investigação em andamento sobre o episódio.
As leis brasileiras são rígidas em relação a manifestações que incitem ódio ou façam apologia ao nazismo, classificando essas ações como crime, com penas que podem chegar a cinco anos de reclusão.
Leia na íntegra a nota enviada pelo secretário Anderson Gonzaga da Silva Assis
“É importante esclarecer que o tema surgiu durante uma fala na qual eu me defendia sobre uma montagem maldosa de um vídeo no qual eu era comparado a Hitler. Em nenhum momento minha intenção foi minimizar as atrocidades cometidas por Hitler e seu regime.
No momento em que me defendia, o que tentava destacar, era uma análise do contexto estratégico de um período histórico específico. É fundamental ressaltar que o tema não foi abordado em nenhum momento com a intenção de fazer apologia a ideologias extremistas ou a figuras como Hitler. A fala foi retirada de contexto. Foi um momento isolado em que eu tentava justificar uma situação pessoal e, por um erro de comunicação, acabei sendo mal interpretado por alguns.
Lamento profundamente qualquer desconforto que possa ter causado e reitero meu compromisso com os valores de respeito, ética e humanismo, que são fundamentais para o ambiente de trabalho que todos nós buscamos construir e manter.
Sigo com a mesma dedicação no sentido de promover um diálogo construtivo, e agora mais vigilante e consciente de seu impacto. Agradeço a compreensão de todos e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais."
Atenciosamente
Anderson Gonzaga da Silva Assis
Secretário Especial de Segurança e Defesa Social
*Com informações do G1/MS
