Após rumores circularem na imprensa nacional sobre uma possível candidatura ao Senado por São Paulo e uma eventual troca do MDB pelo PT, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, veio a público reafirmar sua identidade política e eleitoral: ela continua com raízes firmes em Mato Grosso do Sul.
“Meu estado se chama Mato Grosso do Sul”, afirmou com convicção ao ser questionada sobre as especulações de que poderia disputar as eleições de 2026 longe de sua terra natal. Segundo Tebet, os boatos que surgiram em Brasília não têm fundamento. “Muita gente falando isso por aqui, mas não procede”, completou.
Embora admita que uma candidatura ao Senado esteja entre as possibilidades futuras, a ministra evita antecipar qualquer decisão e mantém o foco em sua atuação atual no governo federal.
“Hoje, minha missão é cuidar do Orçamento brasileiro e continuar ajudando o Mato Grosso do Sul a partir do Ministério”, afirmou. Ela também destacou que, se necessário, permanecerá no cargo até o fim de 2026, desde que essa permanência seja benéfica para o Estado.
Cenário político e alianças em construção
Com o MDB sul-mato-grossense cada vez mais alinhado à direita e propenso a apoiar a candidatura de Reinaldo Azambuja ao Senado, a permanência de Simone Tebet na legenda pode se tornar um entrave. Mesmo assim, ela evita confirmar qualquer mudança partidária, embora o PT nacional avalie, nos bastidores, a possibilidade de filiação da ministra com vistas a uma candidatura por São Paulo — o que, segundo ela, está descartado.
“Não há a menor possibilidade de trocar meu domicílio eleitoral. Política exige lado, e eu tenho o meu”, disse.
O vínculo com o presidente Lula, com quem mantém uma relação institucional sólida, e sua postura moderada e firme frente aos debates nacionais colocam Simone como um nome estratégico para a base governista em 2026.
No entanto, ela faz questão de destacar que não está refém de mandatos: “Sirvo ao meu Estado independentemente de ter cargo eletivo”.
Prestígio, vaia e credibilidade
Apesar de ter sido alvo de vaias durante uma cerimônia em Três Lagoas — cidade que nasceu e administrou como prefeita —, Simone demonstra serenidade diante das reações adversas.
Para ela, críticas fazem parte do jogo democrático e não apagam o reconhecimento alcançado. “O importante é ser coerente com o que se acredita. Isso gera credibilidade, e é isso que me permite andar de cabeça erguida”, declarou.
Pesquisas qualitativas recentes, segundo a ministra, mostram que seu nome continua bem posicionado entre os eleitores, sobretudo pela imagem de firmeza e independência.
“A credibilidade não tem preço, seja com um voto ou com um milhão”, completou.
Simone também lembrou que enfrentou as eleições presidenciais de 2022 ciente de que não venceria, mas disposta a cumprir um papel de mediação em um país polarizado. Agora, avalia que o próximo grande desafio será garantir uma maioria democrática no Congresso Nacional, algo que considera crucial para a estabilidade institucional.
Nos bastidores do PT
Fontes próximas à direção nacional do PT confirmaram que o nome de Simone Tebet já foi debatido como potencial reforço para o partido, sobretudo em São Paulo, onde teve forte desempenho eleitoral em 2022, com mais de 1,6 milhão de votos. No entanto, nenhuma conversa oficial foi aberta com a ministra, e tudo permanece no campo das articulações internas.
Seja no MDB ou em outro partido, o que Simone deixa claro é que qualquer decisão será tomada com base no diálogo com o presidente Lula, o governador Eduardo Riedel e lideranças locais.
Até lá, ela garante que seu foco continua sendo o planejamento das finanças públicas do país — com atenção especial a cada investimento que beneficie Mato Grosso do Sul.
Com informações do Correio do Estado