A ação policial em Mato Grosso do Sul registrou mais duas mortes nesta terça-feira (19), elevando para 70 o número de pessoas mortas por agentes de segurança no Estado em 2024. Esse total já é o segundo maior da série histórica da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ficando atrás apenas do recorde de 2023, quando 131 mortes foram contabilizadas.
As estatísticas revelam um cenário preocupante: em comparação com 2022, que teve 51 mortes, o aumento foi de 156,8%. O número atual também iguala o de 2019, quando 70 óbitos foram registrados.
Perfil das vítimas e localidades mais afetadas
Homens continuam sendo as principais vítimas, representando 88,5% dos casos em 2024, com 62 mortes. Entre as vítimas, 52,8% eram jovens de 18 a 29 anos, seguidos por adultos de 30 a 59 anos (31,4%). Apenas um caso envolveu uma mulher, e sete ocorrências não tiveram sexo especificado.
A capital, Campo Grande, lidera o número de mortes com 36 registros. Já no interior, os óbitos somam 34, sendo 19 na região de fronteira, marcada por conflitos relacionados ao tráfico e à segurança pública.
Casos recentes intensificam a preocupação
Nas últimas 24 horas, três mortes em confrontos chamaram atenção. Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi morto por policiais civis durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Em Dourados, dois casos ocorreram: um homem de 33 anos foi baleado após reagir a uma abordagem, e outro, de 27 anos, morreu ao resistir à prisão e tentar fugir de uma delegacia.
Esses episódios ampliam o debate sobre o uso da força policial e a escalada da violência no Estado. Especialistas alertam para a necessidade de políticas que promovam uma segurança pública mais equilibrada e centrada na preservação da vida.
