Cobrir as eleições, seja no âmbito municipal ou federal, é uma das tarefas mais desafiadoras que os jornalistas enfrentam ao longo de suas carreiras.
Aproxima-se o dia 06 de outubro, quando milhões de brasileiros irão às urnas e milhares de jornalistas terão que acompanhar, desde as primeiras horas, tal fato.
A data será marcada por uma pressão intensa sobre os profissionais de comunicação, que precisam equilibrar a agilidade da cobertura com a necessidade de isenção, precisão e responsabilidade.
A rapidez com que as informações são coletadas e transmitidas não pode comprometer a qualidade do conteúdo, já que qualquer erro pode gerar confusão e impactar diretamente o processo democrático.
Além disso, a pressão para entregar notícias exclusivas e em primeira mão coloca ainda mais tensão sobre os ombros dos jornalistas, exigindo foco total e resistência emocional.
Um trabalho bem feito neste contexto não se resume à velocidade ou ao furo de reportagem. Espera-se que os jornalistas atuem com a máxima isenção, independentemente de suas crenças pessoais ou da polarização política do momento.
O envolvimento de jornalistas em situações políticas pode comprometer gravemente sua credibilidade e a confiança que o público deposita em seu trabalho.
Quando um jornalista toma partido ou se posiciona de maneira parcial, seja por ideologia pessoal ou por pressão externa, ele enfraquece a imparcialidade e a objetividade que são os pilares da profissão.
Esse comportamento pode distorcer a cobertura dos fatos, resultando em reportagens tendenciosas e desinformação, o que prejudica não apenas o jornalista individualmente, mas também a reputação do veículo de comunicação.
A credibilidade é um ativo construído com muito esforço e facilmente perdido, sendo essencial que os profissionais mantenham a ética e a neutralidade, sobretudo em períodos de grande polarização política.
Além disso, a correção nas informações divulgadas é essencial, especialmente quando se trata da apuração de votos e do acompanhamento dos candidatos eleitos.
Os desafios continuam no período pós-eleitoral, quando a contagem dos votos começa e o país volta sua atenção para os resultados. É aí que os jornalistas devem desempenhar o papel de verificar os números, contextualizar os resultados e trazer uma análise cuidadosa, contribuindo para que a população compreenda os desdobramentos políticos e suas consequências.
Um trabalho bem feito envolve responsabilidade, preparo técnico e uma postura ética inabalável, fatores que definem o sucesso de uma cobertura eleitoral e contribuem para o enriquecimento do currículo e da vida de qualquer profissional de imprensa.

Por Rogério Potinatti
Jornalista profissional | MTB: 50.151/SP
Instagram: @rgpotinatti