Uma tragédia marcou a noite desta quarta-feira (12) em Campo Grande. A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi brutalmente assassinada a facadas dentro de sua residência no bairro São Francisco. O principal suspeito é seu ex-noivo, Caio Nascimento, com quem havia terminado o relacionamento recentemente.
Horas antes do crime, Vanessa procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar episódios de violência doméstica e solicitar uma medida protetiva contra o agressor. No entanto, ao retornar para casa, encontrou Caio no local, dando início a uma discussão que culminou no ataque fatal.
Vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia. Equipes da PM e do Corpo de Bombeiros chegaram rapidamente, encontrando a jornalista gravemente ferida. Ela foi socorrida e levada à Santa Casa, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Caio, que possui um histórico de violência doméstica e outros crimes, se entregou às autoridades e foi preso. O corpo de Vanessa foi encaminhado ao Instituto de Odontologia e Medicina Legal (IMOL), e detalhes sobre seu velório serão divulgados posteriormente.

Clamor por justiça
O feminicídio de Vanessa gerou grande repercussão entre os profissionais de imprensa em todo o Mato Grosso do Sul e indignou a sociedade. Na Assembleia Legislativa, os parlamentares ressaltaram a necessidade urgente de medidas mais eficazes para proteger mulheres em situação de risco.
O presidente da Casa, deputado Gerson Claro (PP), destacou que a violência contra mulheres é uma questão de segurança pública e requer ação permanente. Outros deputados também se manifestaram, enfatizando falhas no sistema de proteção e cobrando revisão nas estratégias adotadas para coibir casos como esse.
A deputada Gleice Jane (PSDB) protocolou um requerimento solicitando informações sobre as políticas de combate à violência contra a mulher no Estado, argumentando que é necessário um planejamento mais eficiente para evitar novos feminicídios.

Um sonho interrompido
Vanessa Ricarte era uma profissional respeitada na área de comunicação e atuava como assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho. Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), completaria mais um ano de vida no próximo domingo (16). Nas redes sociais, amigos, colegas de profissão e familiares prestam homenagens, lamentando a perda e cobrando justiça.
O crime reascende o debate sobre a vulnerabilidade de mulheres em situação de violência e a necessidade de mecanismos mais eficazes de proteção. O corpo de Vanessa será enterrado nesta sexta-feira (14) em Três Lagoas, onde ela possui familiares e amigos.