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Mato Grosso do Sul avança para se tornar o novo cinturão citrícola do Brasil

Foto: reprodução
Da redação
29/12/2024
às
8:30

A citricultura de Mato Grosso do Sul, considerada a "bola da vez" no setor agroindustrial, está entrando em uma nova etapa com a chegada de investimentos industriais. Após a expansão das lavouras de laranja no estado, o próximo passo será a instalação de unidades de processamento, consolidando MS como um dos maiores polos de produção e exportação de suco de laranja no Brasil.

Segundo Jaime Verruck, secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a industrialização é uma consequência natural do crescimento do setor. “Quando ultrapassarmos 32 mil hectares de laranjas plantadas, as indústrias virão. Por ora, precisamos expandir a base produtiva e fortalecer a cadeia”, afirmou.

Empresas líderes no mercado global, como a Citrosuco e a Cutrale, já demonstraram interesse em Mato Grosso do Sul. O governador Eduardo Riedel reuniu-se recentemente com representantes da Citrosuco, que avalia municípios como Campo Grande, Três Lagoas e Paranaíba para instalar um novo empreendimento.

Investimentos bilionários

O setor já acumula aportes anunciados de R$ 2,1 bilhões. A Cutrale, por exemplo, investirá R$ 500 milhões no plantio de 5 mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, localizada entre Sidrolândia e Campo Grande, com meta de alcançar 30 mil hectares nos próximos anos. Já o Grupo Junqueira Rodas implantará 4 mil hectares em Paranaíba e Naviraí, com investimentos de R$ 400 milhões.

Outro destaque é a Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles), que planeja investir R$ 1,2 bilhão no plantio de laranjas em Ribas do Rio Pardo e Água Clara, com previsão de colher 8 milhões de caixas de fruta nos próximos quatro anos.

Atração de indústrias

A legislação rigorosa do estado para combater doenças como o greening dos citros, aliada à infraestrutura e condições favoráveis de solo e água, tem sido determinante para atrair empresas do setor. A proibição do cultivo da murta, planta hospedeira da bactéria causadora da doença, é um exemplo das medidas adotadas.

O economista Eduardo Matos reforça que a proximidade das indústrias das áreas de cultivo é essencial para o desenvolvimento do setor. “A instalação de agroindústrias próximas às lavouras reduz custos e agrega valor à produção local, potencializando o impacto econômico”, analisa.

Impactos na economia local

Com um mercado global altamente lucrativo, a citricultura promete diversificar a economia de Mato Grosso do Sul, já consolidada como polo produtor de alimentos. “Essas iniciativas fortalecem a posição do estado como protagonista no agronegócio brasileiro e internacional”, destaca Staney Barbosa Melo, economista do Sindicato Rural de Campo Grande.

O avanço do setor é uma oportunidade estratégica para Mato Grosso do Sul consolidar-se como o novo cinturão citrícola do Brasil, atraindo investimentos e gerando desenvolvimento econômico sustentável para a região.