Mato Grosso do Sul está ampliando seu papel no cenário agroindustrial brasileiro, agora reconhecido não apenas pelo potencial agropecuário, mas também como o crescente "Vale da Celulose".
A produção de celulose a partir do eucalipto alcançou novos patamares, destacando o Estado como um polo industrial robusto, que também vem expandindo investimentos em setores como soja e milho processados e infraestrutura de armazenagem.
O governo estadual anunciou, recentemente, duas importantes expansões que somam quase R$ 2 bilhões em investimentos, prometendo movimentar a economia local e impulsionar a geração de empregos.
Entre os destaques estão o aporte de R$ 1,3 bilhão pela Raízen em Caarapó, visando ampliar a produção de etanol de segunda geração, e R$ 500 milhões da Coamo, destinados à sua fábrica de processamento de soja em Dourados e à construção de novos armazéns.
Na última semana, uma comitiva liderada pelo governador Eduardo Riedel participou do Lide Brazil Conference em Londres, onde a Raízen confirmou seu aporte bilionário em Caarapó.
O valor será destinado ao desenvolvimento de tecnologias que permitem a produção de etanol a partir do bagaço de cana, aumentando a eficiência sem demandar mais terras cultiváveis. O investimento promete reduzir emissões de carbono e ampliar a produção em 88 milhões de litros de etanol por ano.
Já a Coamo, cooperativa de grande impacto no setor agroindustrial, destinará R$ 500 milhões para a expansão de sua unidade em Dourados, aumentando a capacidade de processamento diário de 3 mil para 4 mil toneladas de soja.
Além disso, a empresa construirá três novos armazéns em Sidrolândia, Amambai e Dourados, com investimento de R$ 80 milhões em cada unidade. A medida visa responder ao déficit de armazenagem do Estado, que ultrapassa 6 milhões de toneladas, causado pelo aumento na produção de grãos.
Para Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, esses investimentos reforçam a estratégia de industrialização local. Ele destacou que o governo está comprometido em melhorar a infraestrutura para facilitar o escoamento e a armazenagem, um passo necessário para o crescimento sustentável do setor agrícola e industrial do Estado.
Esse movimento reflete o compromisso do Mato Grosso do Sul em agregar valor aos produtos locais, como defendido por especialistas, que apontam o desenvolvimento industrial como essencial para alavancar a economia estadual e impulsionar setores como o de serviços, diretamente relacionados à produção.