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Mato Grosso do Sul projeta expansão de 40% na base florestal até 2028

Foto: Rosana Siqueira
Da redação
24/10/2025
às
7:30

Durante o evento Bracell 2030, o secretário Jaime Verruck destacou o papel do Estado na bioindústria e na economia regenerativa, além do desafio de reconhecimento internacional dos créditos de carbono do eucalipto

Com cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas, o Mato Grosso do Sul projeta alcançar 2,5 milhões de hectares nos próximos três anos, um aumento de 40% na base florestal do Estado. O avanço, segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, será impulsionado pela sustentabilidade, conceito central nas estratégias das grandes companhias do setor.

As declarações foram feitas na terça-feira, 21, durante o evento Bracell 2030 (2025), realizado em São Paulo, com o tema “O Brasil na Vanguarda do Clima: da bioindústria à economia regenerativa”. A iniciativa foi promovida pela Bracell, em parceria com o jornal Valor Econômico e a Editora Globo, reunindo líderes empresariais, autoridades e especialistas em torno de ações concretas para um futuro mais sustentável.

Verruck participou do painel “Economia Verde: Como o Brasil pode transformar ativos ambientais em vantagem global”, ao lado da secretária de Meio Ambiente e Logística de São Paulo, Natália Resende, e do embaixador José Carlos Fonseca. A mediação foi conduzida pela jornalista Leila Sterenberg.

Durante sua apresentação, o secretário ressaltou o papel estratégico do setor no cenário internacional. “Este setor possui uma forte exposição internacional, o que o torna um ponto de referência relevante. A exportação de aproximadamente 92% de sua produção de celulose evidencia um elevado nível de interação com o mercado global”, afirmou.

Segundo ele, essa característica exige das empresas uma gestão rigorosa em práticas ESG. “Empresas como a Brasil (sic) e a Suzano, por exemplo, não iniciam atividades em áreas sem as devidas análises, reservas legais e compensações ambientais. A base de suas operações repousa sobre a legalidade, abrangendo uma área de 1.181.000 hectares”, destacou.

Verruck ainda ressaltou que a certificação florestal complementa o licenciamento ambiental e, em alguns casos, impõe padrões ainda mais exigentes. Entre os desafios do setor, o secretário apontou a falta de reconhecimento dos créditos de carbono oriundos do eucalipto plantado pelo IPCC da ONU.

“Uma das questões é a não aceitação, por parte do IPCC da ONU, dos créditos de carbono gerados pelo eucalipto plantado, sob a justificativa de que a captura de carbono é temporária, já que a árvore será cortada”, explicou.

Segundo ele, o setor buscará, na COP30, o reconhecimento do replantio e da rebrota como práticas legítimas de captura de carbono. Ao projetar o futuro, Verruck destacou que o Estado deve passar por um crescimento “biológico”, impulsionado por grandes empreendimentos.

“Este é o nosso projeto. Se consolidarmos a Bracell e a segunda planta da Eldorado, utilizaremos 2,5 milhões de hectares plantados. Essa é a nossa previsão: alcançar 2,5 milhões em três anos”, afirmou.

Ele também lembrou que a expansão deverá incluir, no mínimo, 700 mil hectares de áreas de preservação associadas às novas plantações.