Mato Grosso do Sul está prestes a receber mais um grande investimento no setor de celulose. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o processo de licenciamento ambiental da nova fábrica da Bracell em Bataguassu deve ser concluído até fevereiro de 2026.
O projeto prevê um investimento de US$ 4,5 bilhões (aproximadamente R$ 24,3 bilhões) na construção de uma unidade com capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano, sendo parte dessa produção de celulose solúvel, um tipo inédito no Estado.
De acordo com Verruck, o licenciamento está em fase de análise pelo Conselho Estadual de Controle Ambiental e deve seguir para o Imasul após a aprovação da licença prévia, prevista para o início de novembro.
“A meta é entregar a licença de instalação da Bracell no início de fevereiro. Será um marco importante para o avanço da bioindústria no Estado”, afirmou o secretário.
Durante o processo, será discutido o Plano Básico Ambiental, que define contrapartidas sociais e ambientais, como construção de moradias, unidades de saúde, ações de apoio às políticas públicas e medidas de mitigação de impacto.
A futura fábrica se soma a um ciclo de investimentos superior a R$ 100 bilhões que está transformando Mato Grosso do Sul em referência global na cadeia de celulose e bioeconomia.
Verruck também destacou que mais de 50 mil trabalhadores estão atualmente empregados nas obras e operações florestais no Estado — número que deve aumentar nos próximos anos.
Avanços da Bracell
Durante evento em São Paulo, o vice-presidente de Sustentabilidade da Bracell, Márcio Nappo, apresentou resultados das metas de sustentabilidade da empresa até 2030. A companhia já superou o compromisso de compensar 1 hectare de mata nativa para cada hectare de floresta plantada, alcançando 1,08 hectare preservado.
Em Mato Grosso do Sul, a Bracell atua em cerca de 400 mil hectares de florestas plantadas, localizadas principalmente em Bataguassu e municípios vizinhos, na região conhecida como Vale da Celulose, que inclui também Três Lagoas, Água Clara, Santa Rita do Pardo e Ribas do Rio Pardo.
Expansão do setor
O Estado segue como um dos principais polos de celulose do mundo. Além da nova planta da Bracell, estão em andamento as obras da Arauco, em Inocência, com previsão de início das operações em 2027, e o projeto da segunda linha da Eldorado Brasil, em Três Lagoas.
Atualmente, Mato Grosso do Sul já possui 7,5 milhões de toneladas de capacidade anual de produção, somando as fábricas da Suzano (Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo) e da Eldorado Brasil.
Com os novos empreendimentos, o Estado se consolida como capital mundial da celulose e epicentro da bioindústria sustentável brasileira.
