Mato Grosso do Sul está prestes a virar o jogo e assumir o topo do ranking nacional na produção de eucalipto. Com uma área plantada que deve ultrapassar 2,7 milhões de hectares até o fim de 2026, o Estado avança rapidamente para desbancar Minas Gerais e se consolidar como o maior polo florestal do Brasil.
O crescimento acelerado tem nome e sobrenome: Vale da Celulose — um cinturão de gigantes como Suzano, Bracell, Eldorado e agora Arauco, que vem transformando não só a economia, mas também o mapa socioambiental sul-mato-grossense.
Segundo Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o avanço está sendo impulsionado por novos projetos industriais robustos, como o da chilena Arauco, em Inocência, considerado o maior investimento mundial em uma única planta de celulose, com capacidade de 3,5 milhões de toneladas anuais e demanda por mais de 400 mil hectares de eucalipto.
A meta de plantio foi antecipada graças ao ritmo intenso dos aportes privados, o que acelerou também as metas de descarbonização e geração de empregos no interior do Estado.
E o impacto vai além da costa leste tradicional. O cultivo de eucalipto já se espalha por regiões como Camapuã, Figueirão, Bataguassu, Sonora e Bandeirantes, muitas vezes utilizando áreas de pastagens degradadas, o que ajuda a manter o equilíbrio ambiental.
A projeção do governo estadual é que só a fábrica da Arauco eleve o PIB de MS em até 5%. Além disso, novas obras de infraestrutura estão em andamento — como melhorias em rodovias estratégicas e até a construção de um aeroporto — para dar conta da expansão.
Enquanto o país ainda discute políticas de transição verde, Mato Grosso do Sul planta a própria revolução florestal.