Nesta semana, o governador Eduardo Riedel (PSDB) e a comitiva sul-mato-grossense participam de uma missão internacional pela Ásia, onde fizeram compromissos na Expo Osaka 2025, no Japão.
O evento, referência mundial em inovação e sustentabilidade, serve como vitrine para estreitar relações comerciais, especialmente no setor de proteína animal, e ampliar oportunidades para a indústria do Estado.
Durante as agendas no Japão, Riedel destacou o potencial da pecuária de Mato Grosso do Sul após a conquista do status internacional de área livre de febre aftosa, formalizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em Paris.
Apenas em 2023, o Estado exportou US$ 116 milhões ao mercado japonês, sendo US$ 60 milhões em carne de frango. A meta, agora, é abrir caminho para que a carne bovina também entre na pauta de exportações ao país até o fim do ano.
Além das reuniões com a Keidanren — a poderosa confederação da indústria japonesa — a comitiva se encontrou com executivos da Sumitomo e da Mitsui & Co., esta última acionista da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás) e com expressivo histórico de investimentos no agronegócio brasileiro. Empresas japonesas como Marubeni, Itochu e NH Foods também são vistas como potenciais parceiras para expandir negócios no Estado.
Mas a missão asiática não se limita ao Japão.
Na Índia, o grupo têm encontros com gigantes como a ACG (indústria farmacêutica), UPL (fertilizantes), Tata Group, Aditya Birla (alimentos) e Mahindra (máquinas agrícolas), além de uma audiência com o governador de Maharashtra, importante polo industrial.
Em Singapura, a agenda prevê reuniões estratégicas com fundos soberanos como Temasek e GIC, a agência Enterprise Singapore, a MTAS (associação dos importadores de proteína animal) e a RGE, holding controladora da Bracell, que atua no segmento de celulose em Mato Grosso do Sul.
O roteiro busca mais do que novos contratos: a meta é fortalecer o posicionamento internacional do Estado, atrair capital estrangeiro para projetos de infraestrutura, promover a Rota Bioceânica como corredor logístico estratégico e acelerar a industrialização local.
A expectativa é captar parte dos R$ 105 bilhões em investimentos previstos para os próximos três anos, voltados a setores como celulose, bioenergia, proteína animal, papel tissue, etanol, fertilizantes, biotecnologia e equipamentos industriais.
O governo estadual também leva à mesa o compromisso de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro até 2030, associando crescimento econômico à sustentabilidade.
A Rota Bioceânica, que ligará o Estado aos portos do norte do Chile via Paraguai e Argentina, promete reduzir em até 30% os custos logísticos para exportações de carne, grãos e celulose ao mercado asiático, ampliando a competitividade sul-mato-grossense no comércio global.