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MS conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa e abre portas para novos mercados

Foto: reprodução/MAPA
Da redação
27/5/2025
às
7:35

A pecuária de Mato Grosso do Sul atingiu um marco histórico: o Estado acaba de obter o certificado internacional de área livre de febre aftosa, que será oficializado durante a 92ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), na próxima semana em Paris. Essa conquista coloca o Estado e o Brasil em um novo patamar sanitário, abrindo portas para exportações a mercados mais exigentes e assegurando a erradicação da doença.

Segundo Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, o status representa muito mais que um título: é a comprovação de que o vírus da febre aftosa não circula mais no rebanho sul-mato-grossense nem em diversas regiões brasileiras. “O maior benefício é que erradicamos a doença e isso gera confiança para ampliar nossas exportações”, destaca.

Essa vitória é resultado de anos de trabalho. O Plano Estratégico Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, implementado ao longo de oito anos, exigiu investimentos robustos, desde a realização de concursos públicos para contratação de veterinários, até a implantação de sistemas de tecnologia e monitoramento. Uma das inovações foi a criação de uma sala de situação na Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que permitiu controlar rigorosamente o trânsito de animais no Estado. Nesse período, a taxa de vacinação do rebanho manteve-se sempre acima de 98%.

Outro ponto essencial foi o trabalho conjunto com a Defesa Sanitária do Paraguai, garantindo o monitoramento das fronteiras e a fiscalização dos fluxos de animais, reforçando as barreiras contra a doença. Ao suspender a vacinação, foram realizados exames em mais de 8 mil amostras de sangue de animais para confirmar a ausência do vírus. O processo passou também por auditorias e avaliações técnicas, como a auditoria QualiSAL, consolidando o novo status sanitário.

Com o certificado em mãos, Mato Grosso do Sul e o Brasil ganham acesso a mercados antes restritos. Verruck cita o exemplo do Japão, que atualmente só aceita carne suína de Santa Catarina, único estado livre de febre aftosa sem vacinação. “Agora teremos condições de atender esse mercado e outros tão exigentes, tanto na suinocultura quanto na bovinocultura”, explicou.

Além de favorecer as exportações e a indústria frigorífica, o reconhecimento internacional fortalece toda a cadeia produtiva, gerando oportunidades e garantindo maior segurança para produtores rurais. A conquista marca um capítulo fundamental para a pecuária de Mato Grosso do Sul, reafirmando o potencial do Estado como grande fornecedor de proteína animal no cenário global.