Na última sexta-feira, 29 de agosto, tive o privilégio de participar da sétima edição do “Networking de Empreendedoras”, a convite da idealizadora Alessandra Zorzan.
O movimento, que nasceu em Três Lagoas e hoje já ultrapassa as fronteiras da cidade, vem transformando vidas e fortalecendo negócios femininos de forma surpreendente.
Assim que cheguei ao restaurante Toca do Alemão, conhecido por sua gastronomia sofisticada, fui tomado por uma atmosfera vibrante.
Apesar de ter sido pontual – cheguei dez minutos antes do horário marcado –, cerca de 90 mulheres já estavam acomodadas, impecavelmente produzidas, conversando animadamente.
O burburinho feminino era contagiante e transmitia a energia de algo realmente que se mostraria realmente grandioso nas horas seguintes.

Fui recepcionado pela anfitriã com um abraço caloroso. Alessandra, sempre entusiasmada, fez questão de ressaltar que a preparação para o encontro começou muito antes do evento:
“A maioria de nós fez cabelo, unhas, comprou roupas novas e já movimentou a nossa rede de parceiras antes mesmo de chegarmos aqui. Esse é o nosso intuito”, me contou, sorridente.
Nas mesas, pequenos mimos, panfletos e cartões davam o tom da noite: cada detalhe era uma vitrine de negócios femininos, de cosméticos a colchões, passando por fotografia, vinhos e serviços variados.
As vantagens apareciam em descontos, cortesias e até experiências completas às interessadas.

Conteúdo que inspira
A abertura da programação da noite foi conduzida pela própria Alessandra, em clima de entusiasmo e pertencimento.
A palestra ficou por conta de Hiliene Queiroz, que falou sobre inteligência emocional. O tema, abordado de forma descontraída e acessível, tocou fundo em muitas mulheres. E até em mim.
Vi algumas emocionadas, outras anotando atentamente cada dica – sinais claros de que aquelas palavras não ficaram apenas no ar, mas germinaram em terreno fértil.

Um movimento que cresceu e se expandiu
Alessandra me contou, orgulhosa, que em 25 anos como empresária sempre acreditou no poder da união.
Hoje, o Networking de Empreendedoras já reúne cerca de 600 mulheres, não apenas em Três Lagoas, mas também em Andradina (SP), Guararapes (SP), Brasilândia, Inocência e até em Balneário Camboriú (SC).
“Meu maior prazer é proporcionar momentos de sororidade, ver os resultados aparecendo para todas e perceber que o movimento transbordou. Isso me mostra que estamos apenas começando, que temos muitas batalhas pela frente”, declarou Alessandra.

O exemplo de Andradina
Fui conversar com Carol Regazini, responsável por levar o movimento para Andradina. Lá, a iniciativa já ganhou até nome próprio: Magnólias.
Na cidade próxima a Três Lagoas, em apenas três encontros, o grupo já soma mais de 300 mulheres. Carol me confidenciou que esse movimento mudou sua vida.
“Tive que aprender a deixar a competição com outras mulheres de lado. Hoje entendo que minha maior concorrente sou eu mesma. Esse grupo me ensinou a compartilhar, a viver a sororidade de verdade. Agora já pensamos em criar algo ainda mais profundo, experiências vivenciais que não existem na região, para proporcionar novos caminhos para todas nós”, disse.

Histórias que inspiram
A empresária Jane Mathias, da Qualits Neurosafety, participa há quase um ano deste encontro em Três Lagoas e descreveu o grupo como um divisor de águas:
“Aqui ninguém solta a mão de ninguém. Esse networking foi fundamental para divulgar minha empresa, fechar negócios e, principalmente, criar amizades que levarei para a vida. Me sinto realizada aqui.”
Outra voz importante foi a da empresária Deise Sobral, uma das patrocinadoras do evento. Dona de quatro operações na área da beleza em Três Lagoas, ela resumiu o espírito da iniciativa:
“Só na cidade, temos 500 empreendedoras envolvidas e interagimos no whatsapp e nestes encontros presenciais. E o mais bonito é que fazemos questão de comprar umas das outras, movimentando nossa própria economia. Esse projeto deveria existir em todo o Brasil”.

Gastronomia e conexões
O jantar foi um espetáculo à parte. Opções com filé mignon, salmão e camarão eram servidas em combinações sofisticadas, como arroz negro e legumes salteados.
Para facilitar, cada participante usava pulseiras coloridas que identificavam a escolha do prato.
Água e refrigerantes foram servidos à vontade, enquanto vinhos e cervejas eram custeados pelas próprias convidadas.
A noite seguiu com sorteios de diversos brindes oferecidos pelas patrocinadoras, reforçando a ideia de que cada detalhe foi pensado para valorizar a rede de mulheres presentes.

Muito além dos negócios
Mais do que fechar contratos, este encontro mostrou o poder do apoio feminino mútuo. Emocionada, Alessandra, encerrou a noite reforçando sua missão:
“Mesmo em 2025 é preciso lembrar que as mulheres seguem enfrentando o machismo estrutural, a falta de oportunidades e a desigualdade salarial. O Networking de Empreendedoras é a nossa resposta: um espaço para quebrar barreiras, gerar negócios, criar laços e mostrar que juntas somos mais fortes.”
Saí da Toca do Alemão com a sensação de ter presenciado algo que vai muito além de um simples encontro de negócios entre mulheres.
Este é um movimento verdadeiramente transformador, capaz de impulsionar a economia local, enquanto fortalece a autoestima, o protagonismo e a união feminina em todas as cidades onde já foi implantado.
Uma demonstração viva de que o empreendedorismo feminino está apenas no início — tal qual as flores em pleno processo de desabrochar, anunciando um futuro ainda mais vibrante e repleto de possibilidades.