Publicidade evento Churrascaje 2024

Operação Snow revela quadrilha de tráfico com policiais, advogados e chefia em condomínio de luxo em Campo Grande

Foto: cedida/Gaeco MS
Rogério Potinatti
17/1/2025
às
7:15

Uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), desarticulou uma organização criminosa envolvida no tráfico de cocaína, com a participação de pelo menos 17 membros, incluindo advogados e um policial civil. O grupo operava em Campo Grande e utilizava táticas sofisticadas para evitar a ação das forças de segurança.

O líder do grupo, identificado como Emerson Correa Monteiro, de 38 anos, residia em um condomínio de alto padrão na capital. Ele é acusado de aliciar advogados para obter informações privilegiadas e cooptar servidores públicos corruptos que informavam sobre operações policiais. Além de sua atuação no tráfico, Monteiro é réu por um homicídio qualificado cometido em 2016.

A primeira fase da Operação Snow foi deflagrada em março de 2024, focando no desmantelamento de um esquema de transporte de drogas entre Ponta Porã e Campo Grande, envolvendo policiais civis. A partir de materiais apreendidos, como celulares, o Gaeco identificou outros integrantes da quadrilha, incluindo advogados que, segundo o MPMS, iam além de prestar serviços jurídicos, atuando na corrupção de agentes públicos e no monitoramento das cargas de drogas.

A segunda fase da operação, realizada nesta semana, cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e São Paulo. Entre os alvos estavam os advogados Vlandon Xavier Avelino e Antonio Cesar Jesuíno. Na casa de Monteiro, foram apreendidas armas, incluindo uma pistola Glock 9 mm de uso restrito.

O MPMS destacou a violência empregada pela organização, que resolvia conflitos internos por meio de sequestros e execuções, inclusive contra seus próprios membros. Além disso, a quadrilha utilizava empresas de transporte, incluindo terceirizadas dos Correios, para escoar a droga.

Durante as investigações, foram identificadas e apreendidas mais de 2 toneladas de cocaína associadas ao grupo. A operação revelou que a organização também se beneficiava de benefícios aprovados na Assembleia Legislativa, como auxílios financeiros que aumentavam os rendimentos de seus integrantes em posições estratégicas.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) acompanha as investigações para assegurar que eventuais responsabilidades sejam apuradas dentro do devido processo legal. Já o Gaeco segue trabalhando para desarticular completamente o grupo criminoso, que ainda conta com diversas ramificações no estado.