O Pantanal sul-mato-grossense registra em 2025 o melhor cenário dos últimos oito anos no combate ao fogo. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ) apontam que, entre janeiro e agosto, apenas 20 mil hectares foram atingidos por queimadas, uma redução de quase 99% em relação a 2024, quando os incêndios devastaram 1,6 milhão de hectares e deixaram cidades cobertas de fumaça por semanas.
Apesar da trégua, especialistas lembram que o período mais crítico de seca vai de agosto a outubro, quando o risco aumenta. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, 339 municípios brasileiros estão em alerta alto e outros 510 em alerta moderado para incêndios florestais — com destaque para regiões do Centro-Oeste, Norte e Sudeste.
O avanço da prevenção e a regularidade das chuvas têm sido decisivos para o resultado positivo. No fim de julho, por exemplo, um foco de cinco quilômetros avançava da Bolívia em direção ao Pantanal, mas acabou contido pelas chuvas antes de causar estragos.
Na Serra do Amolar, área estratégica da região, a Brigada Alto Pantanal — criada em 2021 pelo Instituto Homem Pantaneiro — atua de forma permanente com aceiros, ações educativas e apoio às comunidades locais. Esses cortes planejados na vegetação funcionam como barreiras que impedem a propagação do fogo e ainda oferecem rotas de fuga para animais.
Do caos à prevenção
Em 2024, cerca de 20% da área monitorada na Serra do Amolar foi queimada, incluindo a perda de 30 mil mudas destinadas à recuperação ambiental. A experiência serviu de alerta e fortaleceu a política de prevenção, considerada mais barata e eficaz do que o combate emergencial.
Agora, a expectativa é de que o Pantanal atravesse a temporada de seca de 2025 sem repetir as cenas dramáticas de anos anteriores. Para ambientalistas e brigadistas, cada hectare poupado é uma vitória que preserva a biodiversidade, reduz impactos econômicos e mantém viva a cultura pantaneira.