A tarde do 7º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, realizado nesta segunda-feira (18) em Três Lagoas, foi marcada por uma mesa redonda que reuniu gestores municipais para discutir os impactos dos megaempreendimentos florestais nas chamadas cidades-âncoras do “Vale da Celulose”.
O debate mediado por Junior Ramires da Reflore/MS, contou com a participação dos prefeitos Cassiano Maia (Três Lagoas), Roberson Moreira (Ribas do Rio Pardo), Antônio Ângelo “Toninho da Cofapi” (Inocência) e o vice-prefeito Cleyton Silva (Bataguassu).
Três Lagoas: transformação acelerada e protagonismo
O prefeito Cassiano Maia destacou a mudança radical vivida por Três Lagoas, que passou de uma cidade pacata a polo de grandes indústrias papeleiras.
Ele citou os ganhos em arrecadação e qualidade de vida, mas também os desafios com saúde, habitação e infraestrutura. “Precisamos estar sempre um passo à frente, preparando o terreno para que empresas e população encontrem condições de crescer juntas”, afirmou.
Ribas do Rio Pardo: do desemprego à industrialização
Em Ribas do Rio Pardo, o prefeito Roberson Moreira relembrou a dependência da pecuária e o desemprego crônico de anos atrás. Com a chegada da Suzano, o município recebeu até 14 mil trabalhadores durante as obras da fábrica e viu sua arrecadação triplicar.
Agora, enfrenta o desafio do “pós-obra”, com forte demanda por escolas, creches e habitação. “Hoje Ribas é economicamente viável, mas precisamos planejar a cidade para os próximos 20 anos”, destacou.
Inocência: crescimento com dor, mas também oportunidades
Já o prefeito de Inocência, Toninho da Cofapi, falou da “dor do crescimento”. O município, que abriga o Projeto Sucuriú da Arauco, prevê até 15 mil empregos temporários.
Segundo ele, a prioridade é equilibrar expansão e qualidade de vida, investindo em educação, infraestrutura e habitação popular. “É um desafio difícil, mas maravilhoso. Hoje é difícil encontrar alguém sem trabalho em Inocência”, disse.
Bataguassu: preparação antecipada
Representando Bataguassu, o vice-prefeito Cleyton Silva ressaltou que a cidade se prepara para receber a Bracell, com medidas de planejamento urbano, aprovação de leis específicas para alojamentos e investimentos em saúde, educação técnica e segurança pública.
“Haverá uma Bataguassu antes e outra depois da Bracell. Queremos que todos cresçam juntos”, afirmou.
Sinergia público-privada
O painel evidenciou que o avanço da silvicultura no Estado traz desenvolvimento econômico, mas exige forte planejamento social.
O evento contou com o patrocínio master de Arauco, Bracell, Eldorado e Suzano, além do apoio de instituições como Sebrae, Fiems, Sesi-Senai e Semadesc.
