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Pressão pela duplicação da BR-262 que começou em Três Lagoas ganha apoio na Assembleia após nova tragédia

Foto: reprodução/Diário Corumbaense
Rogério Potinatti
18/6/2025
às
8:00

A cobrança por mais segurança e a duplicação integral da BR-262 — entre Três Lagoas e Campo Grande — começou em Três Lagoas, onde a Aliança de Entidades e o vereador Fernando Jurado lideram um movimento firme para exigir do governo estadual uma solução definitiva para uma das rodovias mais perigosas do país.

Nesta terça-feira (17), após um acidente que deixou três mortos e uma criança gravemente ferida no trecho próximo à ponte do Rio Paraguai, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) também passou a cobrar medidas urgentes.

Durante a sessão ordinária, o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) classificou o acidente como uma “tragédia anunciada” e criticou a falta de fiscalização na BR-262. Ele apontou o sucateamento dos órgãos federais e pediu que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) seja responsabilizado. Entre as medidas sugeridas está a instalação de uma balança de pesagem antes da ponte, no trecho conhecido como Buraco das Piranhas, local do acidente fatal.

“Tem caminhão com excesso de carga passando por cima de um aterro sem qualquer controle. É um sobe e desce perigoso, com tráfego intenso de carretas pesadas. Há muito tempo vivemos o desmonte dos órgãos de fiscalização”, denunciou Duarte, que também pretende acionar o Ministério Público Federal (MPF) para apurar responsabilidades.

O movimento por melhorias na rodovia já vinha sendo articulado por Três Lagoas há semanas, com abaixo-assinado e reuniões promovidas pela Aliança de Entidades — formada pela ACITL, AJE, Abrasel, Integra Costa Leste e Sindicato Rural — em parceria com o vereador Fernando Jurado, que tem reforçado na tribuna da Câmara Municipal a necessidade de um plano concreto para a duplicação.

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O tema também foi abordado por outros parlamentares estaduais. O deputado Zeca do PT sugeriu o envio de uma comissão da Alems a Brasília para tratar diretamente com os órgãos federais. “É impossível continuar assim. A ponte não foi projetada para o volume e peso que hoje trafegam por ela”, alertou.

Professor Rinaldo (PSDB) destacou que o fim das ferrovias contribuiu para o aumento no tráfego de caminhões nas rodovias, enquanto o deputado Coronel David (PL) pediu ações urgentes para evitar novas tragédias.

Já o deputado Roberto Hashioka (União) relembrou as limitações da obra original da ponte sobre o Rio Paraguai.

“O tráfego de minério aumentou cinco vezes. Não há estrutura para suportar carretas enormes. Agora podemos ver que a ponte pode entrar em colapso. A BR-163 e a BR-262 estão entre as dez rodovias mais perigosas do Brasil”, advertiu.

Para além da duplicação, o deputado Lídio Lopes (sem partido) anunciou que reapresentará um projeto de lei propondo a construção de passagens subterrâneas para a fauna local, como forma de reduzir os atropelamentos de animais silvestres.

A mobilização iniciada em Três Lagoas agora ganha força em todo o Estado. Para o vereador Fernando Jurado, o momento é de união.

“Não é só por Três Lagoas, é por todas as famílias que dependem da BR-262 para trabalhar, transportar e viver. A duplicação precisa sair do papel e vamos pressionar até que isso aconteça”, reforçou.