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Professor de MS é acusado de humilhar alunos e será afastado após licença médica

Foto: reprodução
Da redação
11/11/2024
às
7:00

Um professor de uma escola municipal de tempo integral, localizada no Bairro Jardim Paulo Coelho Machado, em Campo Grande, foi acusado de humilhar seus alunos e apresentou um atestado médico no dia seguinte à denúncia feita na direção da instituição. Segundo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), o professor será afastado de suas funções assim que retornar da licença.

Em nota oficial, a Semed informou que a Superintendência de Gestão Escolar e Normas (Sugenor) foi acionada na terça-feira (5) pelo diretor da escola, após pais de alunos o procurarem para relatar o ocorrido. Na manhã seguinte, uma reunião foi realizada com os responsáveis pelos alunos, a Divisão de Acompanhamento Escolar (DAE) e a superintendente da Sugenor, durante a qual os pais puderam expor suas queixas, registradas em ata escolar. A secretaria garantiu aos pais que o professor de inglês será afastado da instituição e que o caso seguirá para a Assessoria Jurídica para as devidas providências.

Ainda segundo a secretaria, o professor apresentou um atestado médico de três dias justamente no dia da reunião com os pais, mas será notificado sobre as medidas legais ao retornar às atividades. Em comunicado, a Semed destacou que repudia qualquer tipo de violência física ou verbal e que os professores participam mensalmente de treinamentos que abordam temas pedagógicos e de boa convivência com alunos e colegas.

A denúncia foi feita pelos pais após relatos de que o professor teria chamado os alunos de "burros" e "pobres". Segundo informações dos familiares, as ofensas começaram quando as crianças formaram fila no local errado. Uma mãe, que preferiu não se identificar, contou que o educador, que começou a dar aulas na escola em meados de 2024, teria reunido os pais dos alunos das turmas do terceiro e quinto anos para discutir o ocorrido.

“A situação começou quando ele pediu que os alunos formassem fila, mas as crianças entenderam que seria fora da sala, talvez para beber água ou ir ao banheiro. Em seguida, ele mandou que a fila fosse dentro da sala e começou a ofender as crianças”, relatou a mãe, acrescentando que, durante o episódio, o professor ofendeu diretamente uma aluna dizendo que ela não poderia cursar medicina "porque a família é pobre", e ameaçou segurar um aluno para que outro pudesse “bater nele” caso esbarrassem novamente.

Ainda na turma do filho da mãe entrevistada, o professor teria desprezado o aluno após ele comentar que não encontrou seu material de estudo. "Ele disse: 'Ah, estou com muita pena de você... Tô cagando para você'”, contou a mãe. Segundo ela, o professor teria comentado ainda que não se importava com os alunos, pois "o salário já estava na conta". Em outro momento, fez comparações salariais entre homens e mulheres, o que gerou desconforto entre os alunos.

Ao tomar conhecimento dos fatos, a direção da escola organizou uma reunião com os pais, durante a qual confirmou que as câmeras de segurança das salas de aula registraram os episódios, e apresentou uma transcrição dos vídeos aos pais. Como medida inicial, a escola garantiu o afastamento do professor e sua substituição, além de acompanhamento psicológico aos alunos envolvidos.

Os pais, preocupados com o impacto das ofensas, registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), relatando que o professor submeteu as crianças a situações de humilhação e constrangimento.