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Riedel concede Rota da Celulose e projeta modernização da BR-262 e outras estradas em MS

Foto: reprodução/governo de MS
Rogério Potinatti
9/5/2025
às
9:00

O Governo de Mato Grosso do Sul concluiu, nesta quinta-feira (8), a concessão de um dos projetos rodoviários mais aguardados do Estado: a Rota da Celulose, um corredor estratégico que vai transformar a mobilidade e a competitividade da região leste, especialmente no chamado Vale da Celulose, onde estão concentradas indústrias de grande porte, como a Suzano, Eldorado Brasil e as futuras fábricas da Arauco, em Inocência e da Bracell, em Bataguassu.

A BR-262 é a principal via de ligação do leste do estado com a capital, Campo Grande | reprodução

O consórcio K&G, formado pelas empresas K-Infra e Galápagos Capital, foi o vencedor do leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com uma proposta que inclui desconto de 9% na tarifa de pedágio e um aporte inicial de R$ 217 milhões. O contrato terá validade de 30 anos, período em que o consórcio será responsável pela modernização, manutenção e operação de 870,3 km de rodovias — incluindo trechos estaduais (MS-040, MS-338 e MS-395) e federais (BR-262 e BR-267).

A inclusão da BR-262, principal ligação entre Três Lagoas e Campo Grande, é um dos pontos de maior impacto para os moradores da região leste. Além de facilitar o escoamento da produção industrial e agrícola, a rodovia ganhará melhorias importantes em segurança e infraestrutura, beneficiando diretamente a população que depende da via para deslocamentos diários.

cedida/governo de MS

Região leste no centro dos investimentos

A concessão prevê R$ 10,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 6,9 bilhões em obras e R$ 3,2 bilhões em custos operacionais. A intervenção nas estradas incluirá:

  • 115 km de duplicações
  • 457 km de acostamentos
  • 245 km de terceiras faixas
  • 12 km de marginais
  • 38 km de contornos urbanos
  • 62 interseções em nível
  • 4 viadutos
  • 22 passagens de fauna
  • 20 alargamentos de pontes
  • 3.780 m² de obras de arte especiais

Essas melhorias vão preparar a região para o crescimento populacional e logístico impulsionado pelo setor florestal e industrial. O Vale da Celulose, epicentro da nova configuração econômica de MS, desponta como polo estratégico nacional.

reprodução

Serviços aos usuários e segurança viária

Para garantir conforto e agilidade aos motoristas, a concessionária será responsável por oferecer uma série de serviços ao longo das rodovias. Estão previstos:

  • 13 ambulâncias de resgate
  • 13 guinchos para socorro mecânico
  • 5 caminhões-pipa
  • 5 veículos para apreensão de animais e limpeza de pista
  • 13 postos de atendimento aos usuários com sanitários, telefone e área de descanso

Além disso, serão implantados três Postos de Parada e Descanso (PPDs) — um em cada uma das principais rodovias (MS-040, BR-262 e BR-267). Os locais oferecerão estrutura adequada para motoristas profissionais, incluindo alimentação, higiene e repouso, contribuindo para a prevenção de acidentes e a valorização das condições de trabalho.

reprodução

Governador destaca impacto econômico e confiança do mercado

Durante a solenidade, o governador Eduardo Riedel destacou que a concessão é resultado de dois anos de planejamento e articulação com o setor privado. “Esta é uma reconfiguração histórica da infraestrutura logística de Mato Grosso do Sul, que começa por onde o Estado mais cresce: o leste”, afirmou.

Riedel também agradeceu ao Governo Federal por delegar os trechos federais à gestão estadual, e reforçou a importância da parceria com a iniciativa privada. “Estamos construindo o Estado que sonhamos, com segurança jurídica, bons projetos e foco na qualidade de vida”, completou.

A concessão foi elogiada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, que destacou o modelo de liderança de Riedel e o potencial de investimento no Estado. “Este mês é o mês de Mato Grosso do Sul na B3”, afirmou, lembrando que o próximo leilão, da BR-163, somará mais R$ 25 bilhões em investimentos.

Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que o sucesso do leilão é reflexo da confiança do mercado no Brasil que dá certo. “O setor privado faz o que sabe fazer de melhor: gerar emprego, renda e desenvolvimento. E o Estado entra como viabilizador”, declarou.

Pedágios

Se o cronograma for seguido conforme previsto, a assinatura do contrato deve ocorrer em julho. Com isso, a cobrança de pedágio nas 12 praças previstas ao longo da Rota da Celulose começará em agosto de 2025.

De acordo com o edital publicado no início do ano pela Secretaria de Parcerias Estratégicas (EPE), os valores-base variavam de R$ 5,60 (na BR-267, em Bataguassu) a R$ 18,00 (na BR-262, em Ribas do Rio Pardo). Esses valores são superiores aos projetados no edital do ano anterior, quando as tarifas iam de R$ 4,70 a R$ 15,20.

No entanto, com o deságio de 9% apresentado pelo consórcio K&G, vencedor do leilão, a expectativa é que os valores efetivamente cobrados fiquem entre R$ 5,09 e R$ 16,38. Considerando todas as praças, um veículo de passeio deverá desembolsar cerca de R$ 151,06 para percorrer os mais de 870 quilômetros concedidos.

reprodução

Próximos passos

Após a publicação do resultado, o consórcio K&G terá 60 dias para assinatura do contrato com o Governo do Estado. Em seguida, ocorrerão as etapas de vistoria, arrolamento de bens e início da operação. A Agems (Agência Estadual de Regulação) será responsável pela fiscalização do cumprimento dos investimentos e da qualidade dos serviços.

A secretária estadual de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni, reforçou que o leilão demonstrou a robustez e segurança do projeto. “Quando há disputa, quem ganha é o cidadão. Agora o nosso foco é garantir a excelência na execução”, disse.

O executivo da Galápagos, Rafael Gonçalves, afirmou que o consórcio está preparado para honrar os compromissos. “Estamos comprometidos em fazer da Rota da Celulose um exemplo de sucesso nacional, promovendo o crescimento sustentável do Estado e do país”, concluiu.