O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), voltou a manifestar preocupação com a política fiscal adotada pelo governo federal, especialmente em relação ao recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Para ele, a saída para o equilíbrio das contas públicas não deve estar na elevação da carga tributária, mas na modernização da máquina pública e no controle de gastos.
“Resolver o problema fiscal do Brasil apenas com aumento de impostos não é sustentável. É hora de liderarmos uma agenda séria de reformas e repensarmos como o dinheiro público é aplicado”, defendeu Riedel durante uma entrevista para a Veja.
Ele citou o próprio Estado como exemplo de gestão responsável. Mato Grosso do Sul, segundo o governador, manteve a menor alíquota de ICMS do país mesmo após os impactos da reforma tributária. “Não repassamos essa conta ao contribuinte. O foco é eficiência, não mais cobrança”, acrescentou.
Mesmo com as críticas pontuais, Riedel destacou que mantém boa relação institucional com o governo federal. Ele lembrou da presença em eventos nacionais como o lançamento das obras de modernização dos aeroportos regionais, a assinatura de contratos habitacionais do “Minha Casa, Minha Vida” e a participação em debates de planejamento estratégico como o Fórum “Brasil 2050”.
Cenário político em movimento
Quando o assunto são as articulações partidárias para 2026, Riedel evitou definições, mas admitiu manter conversas com diversas siglas. Após a frustrada tentativa de fusão entre PSDB e Podemos, o governador vê na união com outras legendas, como MDB e Republicanos, uma possibilidade real de fortalecimento político.
“O importante é construir uma nova força política que dialogue com o eleitor e represente um projeto de país. O PSDB está se reposicionando para isso”, avaliou.
Sobre o cenário nacional, Riedel reconheceu que o ex-presidente Jair Bolsonaro segue como um nome influente da centro-direita, mesmo inelegível, e sugeriu que a senadora Tereza Cristina pode ser uma alternativa viável para disputar a Presidência da República.
“A Tereza tem preparo, experiência e credibilidade. É um nome nacional com todas as condições para liderar um projeto majoritário, seja como presidente ou vice”, concluiu.