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Tereza Cristina apoia CPI para apurar possível conflito de interesses envolvendo Moraes e banco liquidado

Foto: reprodução
Da redação
30/12/2025
às
7:15

A senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP) aderiu ao requerimento que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado para apurar a relação entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Banco Master, instituição que teve a liquidação decretada pelo Banco Central.

O caso ganhou repercussão após a divulgação de que Moraes participou de um jantar na residência de Daniel Vorcaro, fundador do banco, em período no qual já estava em vigor um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o Master e uma empresa pertencente à esposa do ministro. O encontro ocorreu antes da intervenção do Banco Central na instituição financeira.

O ministro do STF Alexandre de Moraes | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Mesmo durante o recesso parlamentar, Tereza Cristina afirmou que acompanha de perto as denúncias e considera imprescindível que o Legislativo exerça seu papel fiscalizador. Em manifestação pública, a senadora destacou que já formalizou apoio à CPI e defendeu que a apuração alcance todos os envolvidos, independentemente do cargo que ocupem. Para ela, o Senado não pode se manter distante diante de suspeitas que envolvem possíveis conflitos de interesses entre agentes públicos e o setor privado.

A iniciativa para instalação da CPI é capitaneada pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que sustenta que a investigação deve se concentrar em eventuais ilícitos administrativos, e não em decisões judiciais. Segundo ele, o foco está na apuração de possível advocacia administrativa — situação em que um agente público pode usar sua posição institucional para favorecer interesses privados —, uma vez que Viviane Barci, esposa de Alexandre de Moraes, atua como advogada do Banco Master.

Vieira argumenta que a proposta não busca questionar atos do Judiciário, mas esclarecer condutas individuais que, se confirmadas, podem configurar irregularidades. A estratégia é delimitar o escopo da CPI para evitar conflitos com as restrições constitucionais e regimentais que impedem o Senado de investigar decisões, votos ou despachos de ministros do STF.