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Segunda fase da Operação Turn Off prende empresários em Campo Grande

Foto: reprodução
Da redação
9/6/2024
às
9:10

Na segunda fase da Operação Turn Off, conduzida pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), foram alvo de prisão os empresários Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho, em Campo Grande. Eles são acusados de liderar um esquema de fraudes em licitações e propinas que afetou contratos na área de saúde e educação com o governo estadual, somando mais de R$ 68 milhões.

Os irmãos já haviam sido presos na primeira fase da operação em 2023, mas foram liberados sob medidas cautelares. No entanto, novas investigações revelaram que, após a soltura, eles passaram a lavar dinheiro, ocultando bens que ultrapassam R$ 10 milhões, valores esses provenientes de desvio de dinheiro público, conforme apurado pelo Gaeco.

Na Operação Parasita, realizada em dezembro de 2022, os celulares de Lucas e Sérgio foram apreendidos. A análise dos dados contidos nos aparelhos revelou uma rede de fraudes em licitações e corrupção, envolvendo servidores estaduais.

Um dos contratos investigados foi para o fornecimento de ar-condicionado à SED (Secretaria Estadual de Educação), no valor de R$ 13 milhões. A licitação teria sido manipulada com a ajuda da servidora Andréa Cristina Souza Lima.

A empresa vencedora, Comercial Isototal Eireli (CNPJ 06.305.092/0001-02), foi favorecida mediante pagamento de propina, segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Parte desse dinheiro foi destinada a Andréa e outra parte para a empresa do então secretário-adjunto, Edio Antônio Resende de Castro.

As investigações apontam que o esquema liderado pelos irmãos também envolvia outros familiares. Pagamentos ao então secretário-adjunto eram feitos através de Victor Leite de Andrade, primo de Lucas e Sérgio e gerente de um posto de combustíveis pertencente aos dois.

Em outro processo licitatório, a empresa vencedora foi a Isomed Diagnósticos Eireli-ME (CNPJ 22.027.664/0001-87), pertencente à esposa de Sérgio. Para assegurar a vitória, ela contou com a ajuda dos servidores investigados Simone e Thiago Haruo Mishima.

Ainda, em um pregão com quatro lotes, dois foram vencidos pela Comercial Isototal Eireli, de propriedade de Lucas, e os outros dois por uma empresa do tio dos irmãos.

Segundo o MPMS, Thiago Mishima, então gestor de contratos e servidor estadual, serviu como intermediário para os empresários. Sérgio e Victor teriam negociado com Thiago o pagamento de propina para a contratação da Isomed Diagnósticos.

A atuação de Thiago não se limitou a um único pregão. Ele também teria dado orientações a Sérgio para a abertura de novas licitações, conforme informações repassadas por uma servidora da SES.

A denúncia ainda envolve Paulo Henrique Muleta Andrade, coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Apae. Ele teria recebido 4% das vendas realizadas pelas empresas para a Apae, conforme mensagens trocadas entre os investigados, durante um período de pelo menos três anos, de 2019 a 2022.

Em uma das conversas interceptadas, os empresários discutiram a venda de produtos encalhados. “A descartável eles não pediram nenhuma, e… cara, você consegue ver isso aí porque, nossa, tô abarrotado de descartável” (sic), sugerindo que estavam forçando a venda de produtos parados.