As gigantes da celulose Suzano e Eldorado Brasil firmaram um acordo estratégico de troca de madeira em pé em áreas florestais de Mato Grosso do Sul.
A parceria permite que cada companhia utilize, em prazos e volumes previamente definidos, árvores cultivadas nas propriedades da outra para abastecer suas linhas industriais de produção.
O modelo de cooperação, conhecido no setor como “swap”, não envolve a venda nem o arrendamento de terras. O que está em jogo é o direito de uso da matéria-prima florestal, com rigoroso controle de volume e destino: toda a madeira extraída deverá ser destinada exclusivamente à produção de celulose, sem possibilidade de comercialização para outros mercados.
A iniciativa marca uma nova fase de atuação para a Eldorado Brasil, que passou recentemente ao controle integral da holding J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
O grupo desembolsou R$ 15 bilhões para adquirir 100% da empresa e encerrar uma disputa societária que já durava quase oito anos. Com o impasse resolvido, a Eldorado se prepara para lançar uma segunda linha de produção, orçada em cerca de US$ 5 bilhões, que deve ampliar em 2,5 milhões de toneladas a capacidade anual da planta localizada em Três Lagoas, que hoje ultrapassa os 2 milhões de toneladas.
A aliança entre Suzano e Eldorado ocorre em um ambiente favorável.
Segundo dados oficiais, Mato Grosso do Sul já soma cerca de 1,5 milhão de hectares de florestas plantadas — a maior parte de eucalipto — e se consolida como um dos maiores polos do país na cadeia de papel e celulose.
O compartilhamento logístico e a gestão integrada de estoques entre as empresas tendem a promover mais eficiência e estabilidade no fornecimento de madeira para a indústria regional.